Este ano, a campanha do Vestibular 2018 da Cásper Líbero conta com diversas ilustrações, que trazem um tom divertido e moderno à tradicional Faculdade de comunicação, que completou 70 anos de história. A ideia era dar espaço para que um casperiano ou casperiana pudesse participar desse processo, ilustrando a campanha do Vestibular 2018. Em abril, a Faculdade começou a divulgação em busca de ilustradores e hoje já podemos ver o resultado final!
O casperiano Gabriel Barboza, formado em Publicidade e Propaganda em 2016, é quem está por trás dos traços que dão vida à campanha! Em entrevista para Ricardo Nóbrega, da Assessoria de Imprensa da Fundação Cásper Líbero, ele fala mais sobre como escolheu a área de criação, onde busca suas referências artísticas e conta as etapas do seu processo criativo.
O que levou você a estudar Publicidade e Propaganda?
Desde pequeno eu preferia o papel e o lápis de cor, um dos meus passatempos era fazer histórias em quadrinhos com os meus próprios personagens e roteiros. Desenhar foi ficando cada vez mais sério e alguns amigos falavam que eu levava jeito pra coisa. Então, quando cresci, decidi que queria fazer algo relacionado à criatividade. Na época do cursinho tudo indicava que eu ia estudar Arquitetura mas vi que eu era mais de humanas do que de exatas.
Depois de pesquisar alguns cursos acabei escolhendo Design Gráfico por conta do lado criativo. Durante o ano em que cursei Design aprendi muito sobre desenho a mão livre, fotografia, ilustração digital e tipografia. Isso me fez desenvolver uma base muito boa em criação. Mas o curso era muito técnico. Foi então que resolvi voltar atrás e lembrei do curso de Publicidade e Propaganda. Amigos meus já comentavam, na época, sobre a Cásper. Quando fui conhecer a Faculdade curti muito a proposta do curso por causa da formação com base cultural e humana. Já no primeiro ano usei tudo que aprendi em Design Gráfico e apliquei em Publicidade e logo no primeiro ano consegui um estágio em criação.
Quais são suas referências na hora de produzir?
Com o tempo, criei o hábito de caçar referências, vou atrás delas e não espero que a inspiração venha do nada e caia no meu colo. Gosto me inspirar pelas coisas estão a minha volta, como livros, revistas, quadrinhos, internet e muita música! Outra fonte de inspiração importante para mim é a rua. Acredito que nela existe uma quantidade quase que infinita de referências não só visuais mas também sensoriais.
Existe um processo de criação?
Nas aulas de criatividade do primeiro ano gostei muito de Design Thinking. Acabei correndo atrás desse tema, participei de cursos, assisti à palestras de inovação, li livros sobre o assunto. Assim criei o meu processo criativo, que é uma mistura de conceitos do Design Thinking com tentativa e erro. Esse processo não tem nome ainda, mas tem funcionado bem comigo.
A receita do meu processo criativo é dividida em 3 partes: Investigação: leio o briefing e coleto informações; Prototipagem: crio possibilidades que possam resolver o problema; e a Experimentação: nessa parte eu escolho a melhor ideia, executo e apresento para o cliente. Considero todo esse processo como se fosse uma construção, para mim criar é construir.
Como surgiu a oportunidade para produzir este anúncio do Vestibular?
Alguns amigos da Cásper me marcaram no post do concurso que o pessoal do Vestibular tinha criado para que os alunos e ex-alunos ilustradores enviassem seus trabalhos. Mandei meu portfólio, sem nenhuma pretensão, e fui escolhido! Fiquei feliz pelo convite para fazer a ilustração, mas confesso que o frio na barriga foi forte, a responsabilidade era gigante. De longe foi o projeto mais importante da minha carreira até hoje.
O que você levou em consideração no briefing?
No começo do ano, quando fui conversar com o pessoal que estava por trás da campanha, levei alguns desenhos meus e um deles era uma ilustração que fiz em 2016. Essa ilustração era uma representação lúdica de como eu enxergava a Avenida Paulista. Na verdade, essa ilustração era para um projeto, que infelizmente não deu certo, mas o pessoal da agência enxergou naquele desenho, que estava parado, uma oportunidade de transformar a ideia em uma campanha!
Quanto tempo você precisou para o desenvolvimento e finalização da ilustração?
Minha maior inspiração foi a própria Avenida Paulista e as pessoas que a frequentam, além dos casperianos. Visitei a Paulista várias vezes durante a criação da campanha para tentar ver coisas novas que existem nela.
A ilustração final tem muitos detalhes, aos seguidores do minimalismo aquela velha ideia “de menos é mais” não se aplica a essa campanha, cada personagem tem muitas histórias. A ilustração instiga o futuro casperiano a esquecer a correria do dia a dia e ver de perto os detalhes. A intenção dessa ideia é encontrar na obra diferentes situações que acontecem no cotidiano de quem esta quase todo dia na Avenida Paulista, isso é o Mundo Cásper! Depois de pesquisar bastante tentei expressar com meu traço tudo aquilo que vivi durante os 4 anos que estive na Paulista 900. Desde os primeiros esboços até a versão final foram cerca de 3 meses de muito desenho e de ideias.
Durante o processo enfrentei vários imprevistos. Desenhar direto no computador era algo que tinha feito poucas vezes e o nível de detalhes que a ilustração tinha me fez pensar que eu levaria um ano inteiro para terminar tudo. Acabei aceitando esse desafio mesmo sem saber qual seria o resultado final. Achei que não ia conseguir terminar! Mas o resultado foi melhor do que esperava.