Poderia se dizer que um Beatle é sempre bom. Mas daí aquelas pessoas que não são “beatlemaniacas” ou até mesmo as mais radicais que não suportam a banda diriam que isso é relativo. Bom, se é ou não, não dá para dizer. Afinal, o terceiro show de Ringo Starr em São Paulo, que rolou terça-feira, 29 de outubro, no Credicard Hall, foi incrível.
Poderia se Ringo foi simpático, leu cartazes e ficou feliz com as homenagens que os fãs prestaram a ele em canções como Yellow Submarine, em que dezenas de bexigas amarelas e azuis “inundaram” a plateia da casa de show. Mas você pode encontrar pareceres como esses em qualquer site da internet, feitos por pessoas capacitadas ou nem tanto para darem uma de críticos musicais.
Quatro mil pessoas. Isso foi o melhor da noite: os fãs. De todas as idades. Até um senhorzinho de andador pedindo informações para um segurança, segurando seu ingresso na mão como se fosse a coisa mais importante do mundo. E era. Pelo menos, naquele momento; jovens fazendo um som para espantar o frio antes de o Credicard abrir as portas; crianças orgulhosas de vestir, talvez pela primeira vez, uma camiseta estampada com a foto do ex-Beatle; homens, que apesar de viverem o auge da “beatlemania”, estavam ali para ver Ringo Starr pela primeira vez na vida. Foi bonito de se ver.
Apesar de muitos criticarem a falta da música Octopus‘s Garden no setlist, que também deveria ter incluído hits como No No Song, You’re Sixteen e Weight Of The World, o show de Ringo foi exatamente aquilo que os fãs estavam esperando: alegre, divertido e com clássicos dos Beatles. O show da sua All Starr Band também foi algo à parte. Principalmente o dado por Steve Lukather e seus geniais solos de guitarra.
Gregg Rolie, Todd Rundgren, Richard Page, Mark Rivera e o talentoso batera Gregg Bissonette acompanharam o ex-Beatle nessa noite que, por mais que estivesse regada de sucessos de outros conjuntos, como Africa, Broken Wings e a latina Oye Como Va, não tinha para ninguém: o pessoal queria mesmo era escutar Act Naturally, I Wanna Be Your Man e outras canções do compositor.
Por que, afinal, para que usar o prefixo “ex” se uma vez Beatle, sempre Beatle?