Comissionada pela 11ª Bienal de Berlim, a performance-filme “Marcha à Ré”, feita pelo Teatro da Vertigem em colaboração com Nuno Ramos e filmada por Eryk Rocha, abre a programação do 6º Seminário Comunicação, Cultura e Sociedade do Espetáculo em exibição exclusiva. Após a transmissão, será realizado um debate com o dramaturgista do Teatro da Vertigem Antonio Duran e o cineasta e documentarista brasileiro Eryk Rocha, filho do renomado cineasta Glauber Rocha.
Este novo trabalho do grupo consistiu na realização de uma intervenção artística site-specific na cidade de São Paulo. A partir de todo material colhido durante a filmagem, o resultado foi o curta-metragem “Marcha à Ré”, que teve sua estreia mundial na 11ª Bienal de Berlim, em 5 de setembro de 2020, e estreia no Brasil durante o Festival Internacional de Artes Cênicas Porto Alegre em Cena. Trata-se de um cortejo fúnebre de veículos, com aproximadamente 120 automóveis, que se deslocou em sentido inverso do usual, em marcha à ré. Nele, os motoristas-participantes completaram um trajeto que partiu da Avenida Paulista e terminou no Cemitério da Consolação, com o hasteamento de uma bandeira, figurando uma das imagens da “Série Trágica”, de Flávio de Carvalho, e com o trompetista Richard Fermino tocando, sobre o pórtico do cemitério, o hino nacional brasileiro, porém ao revés. Além disso, foram incluídos no cortejo quatro veículos de serviços funerários, dois no início e dois ao final. Durante o percurso houve uma dramaturgia sonora criada por Érico Theobaldo, ao som de respiradores utilizados no tratamento de pacientes com coronavírus, que necessitam de ventilação mecânica em unidades de terapia intensiva (UTI).