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O prof. Dr. Welington Andrade, vice-diretor da Cásper Líbero.
Crédito: Vitor Leite

 

No último dia 17 de setembro, aconteceu um encontro no SESC da Vila Mariana, em São Paulo, em que o professor Welington Andrade, vice-diretor da Cásper Líbero, falou sobre o surgimento das primeiras companhias modernas do teatro brasileiro. 

O professor formado em Artes Cênicas pela UNIRIO e em Letras pela USP, transformou sua tese de doutorado sobre dramaturgia brasileira em um dos capítulos do livro A História do Teatro Brasileiro, organizado em dois volumes e editado pelo professor João Roberto Faria, da USP. “O livro tem a pretensão, digamos, de ser referência para a história do teatro no Brasil”, afirma Welington. 

Recentemente, o SESC criou o Centro de Formação e Pesquisa, em São Paulo, oferecendo cursos sobre arte, educação e cultura para públicos variados. “O SESC convidou o João para criar um curso baseado no livro, que é muito grande. Trata-se de 500 anos de teatro no Brasil: começa lá no José de Anchieta, no século XVI, e vem até hoje, na primeira década do século XXI. Combinamos de produzir uma proposta mais reduzida. O curso se chama “Vertentes do teatro moderno brasileiro” e aborda oito temas para discussão desse panorama. Então, o João Roberto Faria me chamou para dar uma das aulas desse curso”.

O público, de idade variada, ocupa os 36 lugares disponíveis do auditório localizado no 5º andar do SESC Vila Mariana. “São pessoas bastante interessadas e, na maioria dos casos, ligadas ao mundo e ao estudo do teatro. É um curso em que você se inscreve, paga uma taxa de RS 30,00 (com meia para terceira idade e R$ para associados do SESC) por aula e vai por que está realmente interessado”. As duas primeiras aulas, ministradas pelo prof. João Roberto Faria (falando sobre a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues) e por Welington, tiveram lotação completa. 

O professor Andrade já participou de oito montagens de teatro durante sua formação na UNIRIO, trabalhou em teatro para empresas, entrou no núcleo de teatro de São Paulo e fez algumas participações em eventos do SESC. “Depois percebi que não era um bom ator e resolvi ser um bom estudioso de teatro”, brinca. 

Andrade afirma que sua formação em artes cênicas ajuda muito em sua atuação como professor de comunicação na hora de se comportar, fazer uma consideração, usar o corpo, projetar a voz; além de ter mais propriedade para discutir literatura, que é a sua área de ensino. “Acabo tentando colocar no curso de línguas o que eu aprendi no curso de teatro.”

Welington se diz um grande entusiasta do grupo de teatro da Cásper Líbero e foi quem sugeriu a primeira montagem do grupo, sobre o assassinato de Vladimir Herzog.