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Criadores do canal “Tá Gravando”, no YouTube

 

Em agosto deste ano, oito alunos de Rádio e Televisão fizeram suas ideias saírem do papel e se transformarem em um canal de sucesso, o Tá Gravando. Eles já foram a grandes festivais e realizaram entrevistas com celebridades que, para muitos, parecem inalcançáveis. Ainda no primeiro ano da Faculdade Cásper Líbero, já saem na frente, adquirindo experiência e marcando presença na internet.

O canal tem quase 900 inscritos e o vídeo mais recente chegou a mil visualizações em menos de dois dias. Contando com câmeras e microfones que a Cásper oferece, foram a eventos como o youPIX, Teleton, conversaram com o humorista Rafinha Bastos e o grupo Ultraje a Rigor, entre outros. “É sempre um aprendizado. Tem essa questão de falar em público, saber entrevistar as pessoas e até a parte técnica, de produção e edição. Aprendemos tudo na prática, por conta própria”, conta Lucas Araújo.

O ponto de partida veio de um trabalho para a matéria de Filosofia, que pedia algumas entrevistas gravadas em vídeo. Após a elaboração do seu projeto, Lucas Brancate constatou ter conseguido produzir e editar a ideia inicial exatamente como queria e isso fez com que tivesse vontade de criar mais vídeos. Como não quis depender de uma próxima oportunidade, tomou a iniciativa e comentou a ideia com alguns colegas de sala que, mais tarde, viriam a ser os outros sete criativos e motivados integrantes do grupo.

Ora assumindo tom sério para explicar o que têm feito, ora fazendo piadas sobre como essa experiência tem sido divertida, contam que não têm hierarquia, que decidem as pautas juntos, normalmente partindo de motivações pessoais, como a de Rilson Pereira, que é fã do Teleton e a de Lucas Araújo, que gosta do programa Pânico na TV. Com uma veia humorística, estão sempre atentos aos eventos que chamam a atenção dos jovens e aos assuntos que repercutem pela internet.  

No decorrer do processo, conflitos como a escolha das músicas e o que colocar nos vídeos aparecem, principalmente porque “são oito pessoas, oito opiniões”, como ressalta Nathalia Bancalero. Ela afirma que, no final, conciliam bem os interesses, pois estão todos em busca do melhor.  Mas o maior obstáculo está mesmo em conseguir credenciais e entrevistas: “há uma dificuldade no início, mas se você vai atrás, as coisas vão acontecendo, dá certo”, comenta Nathalia. 

Eles contam que são bem recebidos pelos entrevistados e por outras equipes de jornais e de televisão e que outros alunos da faculdade mostram grande interesse em participar do projeto. Observam, também, a evolução na qualidade dos vídeos e da produção, mesmo em poucos meses de trabalho. Já possuem cartão de visita, material extra para alimentar o canal durante as férias e, para conciliar faculdade, trabalho e o projeto, reduzem o ritmo em época de provas.

Experimentando os primeiros desafios da profissão 

Com a ajuda de um veterano do 3º ano, que deu uma aula básica sobre manuseio de equipamentos, partiram para o primeiro evento, o youPIX. Lá, tiveram que improvisar para conseguir entrevistas porque, apesar de terem a autorização de imprensa, não receberam as pulseiras de identificação. Determinados, infiltraram-se e conseguiram entrevistas exclusivas com Inês Brasil, Cauê Moura, entre outros. O vídeo, depois de publicado no canal, alcançou mais de 5.200 visualizações.

A entrevista com a banda Ultraje a Rigor nos estúdios da Band, foi outro sucesso de improviso: “o Lucas me ligou de manhã e falou: a gente vai para a Band agora gravar com o Ultraje”, conta Ricardo Azevedo. Eles não tinham equipamentos reservado e nem pauta, mas conseguiram se reunir e realizar a entrevistar no mesmo dia.

Mas foi o Teleton que, para eles, serviu como verdadeira experiência profissional. Guilherme Romero pondera: “foi o mais próximo que estivemos do mundo real”. Com a participação de todos, se organizaram em equipes para que pudessem cobrir o evento integralmente. Participaram da coletiva de imprensa e tiveram que disputar com grandes emissoras para conseguir entrevistas. Resolveram problemas como organização, lidar com cabos e equipamentos no meio de multidões e, inclusive, terem suas perguntas roubadas por outro entrevistador. 

Cheios de expectativas e já com maior segurança de que têm o potencial para concretizar os planos, preparam as próximas edições, que incluem os bastidores do Circo dos Sonhos, um especial de Natal, uma entrevista com Ronnie Von e outra com Os Barbixas. Pensam, também, em utilizar o canal para organizar doações para um orfanato e encerram: “queremos ir a eventos maiores e mais legais”.