Ele foi o 16º presidente eleito nos Estados Unidos. Assumiu o país durante a Guerra Civil e, ao fim de seu mandato, o país voltara a ser um só. Era reconhecido por ser um grande apoiador da causa abolicionista, ou ao menos o suficiente para pressionar e cobrar favores em prol dos direitos para os negros dos EUA. Foi um dos grandes responsáveis pela criação do feriado de Ação de Graças, um dos preferidos dos norte-americanos. E não, ele não caçava vampiros. Ao menos na versão contada por Steven Spielberg. Naturalmente me refiro ao filme Lincoln.
O filme foi nomeado para 12 categorias do Oscar, a ocorrer no próximo domingo (24 de fevereiro), incluindo as disputadas categorias de Melhor Ator para Daniel Day-Lewis (merecidíssima), Melhor Ator Coadjuvante para Tommy Lee Jones (também merecidíssima), Melhor Atriz para Sally Field, entre outros.
O filme é ótimo, isso é indiscutível. Spielberg tem ótima mão para dirigir atores e o elenco de estrelas apenas ajuda a compor um longa-metragem de respeito. No entanto, os telespectadores que pouco conhecem a história americana correm o sério risco de se perder entre tramas e armações políticas. A maquiagem de época é notável, mas traz o sério problema de deixar todos os personagens com rostos parecidíssimos e até que o leitor decore os nomes e os ligue aos rostos, foi-se mais da metade do filme.
Embora a direção certeira de Spielberg mostre um político humano e sensível aos problemas de seu povo, é difícil haver uma conexão entre o público e o protagonista. Isso porque nós, brasileiros, não somos o público alvo de Lincoln. Os americanos é que o são. O político foi o primeiro de seus presidentes a ser assassinado (por John Wilkes Booth em 15 de abril de 1865) e é visto até hoje não só como um dos maiores heróis americanos, como também visionário na questão abolicionista.
E para um país que defende o conceito de Liberdade (assim mesmo, com letra maiúscula) acima de tudo, um libertário tal qual Abraham Lincoln é claramente aceito como alguém inatacável e incorruptível. E esta é a impressão ao se assistir ao filme. É uma homenagem a um ídolo, um memorial em vídeo para o povo, um lembrete da história superada e de como um pode fazer a diferença. O longa-metragem é um elogio ao herói americano.