Os pontos de vista de jornalistas iniciantes e experientes revelam a emoção e a importância da Corrida São Silvestre para o jornalismo esportivo. A experiência para quem cobre o evento pode ser desafiadora, a grande maioria não é especialista em maratonas e não cobre o esporte constantemente. No entanto, durante a prova mais importante do ano, são escalados para cobrir o evento.
Assim, seja para jornalistas iniciantes, profissionais de renome que pela primeira vez têm a chance de registrar o evento ou veteranos na cobertura de maratonas, a São Silvestre é uma oportunidade única. Nesta matéria, trouxemos as diversas perspectivas desses profissionais.
Para os jornalistas iniciantes, a São Silvestre representa mais que uma oportunidade de ingressar no mundo do jornalismo esportivo. É um momento de imersão total em um evento de grande porte, que exige rapidez, empatia e uma conexão especial com o público.
A experiência de cobrir um evento como a São Silvestre também fez com que outros jornalistas iniciantes, como João Dalves, da Revista Esquinas, publicação da Faculdade Cásper Líbero, refletissem sobre o quanto essa cobertura traz aprendizado. João, que é atleta e tem uma relação de longo prazo com o atletismo, comentou:
“Foi uma experiência maravilhosa, foi a realização de um sonho pra mim. Eu também sou da corrida, faço atletismo, e foi algo muito mágico poder estar cobrindo a São Silvestre pela primeira vez. No meu primeiro ano de faculdade e já cobrindo um evento tão grande”.
Diferentemente do comum, João expressou que fazer reportagens sobre o atletismo é uma das suas metas dentro do jornalismo:
“Essa é uma meta que eu tenho como jornalista. Quando comecei a faculdade, coloquei como objetivo expandir minha atuação no jornalismo esportivo, especialmente cobrindo o atletismo.”
A São Silvestre abre portas para que jornalistas iniciantes tenham sua primeira oportunidade em coberturas externas por sua visibilidade, analisa o jornalista iniciante. São entrevistas com atletas de elite, internacionais e figuras públicas que correm na prova, sendo um marco no começo de suas carreiras.
Já para quem tem vasta experiência no atletismo, como Josiane Salachi, do Corrida na Rede e Podcast, a São Silvestre é uma prova com um significado ainda mais profundo. Josiane possui quase 20 anos de carreira jornalística e já teve a chance de cobrir diversos eventos, inclusive as Olimpíadas. No entanto, a São Silvestre ainda é um evento impactante para ela.
A jornalista compartilhou sua visão sobre como o atletismo evoluiu e como a preparação é importante em um evento do tamanho da São Silvestre:
“Na cobertura da São Silvestre, a gente tem que estudar cada atleta. Saber o histórico do Jonathan, por exemplo, e também entender as diferenças nos estilos de corrida, como o dos africanos, que é mais coletivo, enquanto o estilo dos brasileiros tende a ser mais individualista”.
Para ela, as mudanças nas formas de cobertura e nas demandas do público exigem adaptação constante, especialmente com o crescente uso das redes sociais e a comunicação rápida.
“Hoje, a comunicação é muito mais ágil. No Instagram, já temos que ter um lead chamativo, que seja um gatilho para o público. O jornalismo precisa ser mais dinâmico e leve, mas sem perder a emoção”.
Além disso, Josiane dá uma dica muito relevante para jornalistas que estão entrando no mercado:
“Se fosse dar um conselho para jornalistas jovens, seria investir no conhecimento digital e ter conteúdo de qualidade, não apenas conteúdo superficial. Estudar os atletas, entender suas histórias, estilos de corrida, saber quem são os destaques da prova. Focar em conteúdo de qualidade é essencial.”
Para um jornalista de renome, como Matheus Ribeiro, da Rede Globo, que pela primeira vez esteve presente na cobertura da São Silvestre, o evento trouxe uma experiência inesquecível e diferente de tudo que ele já tinha vivido. Apesar de ter coberto diversos esportes, como automobilismo e futebol, e possuir uma carreira sólida na maior emissora do país, Matheus se surpreendeu com o ambiente festivo:
“A energia aqui é incrível. Normalmente, acordamos cedo e vemos as pessoas mal-humoradas, correndo contra o tempo, mas aqui não. Chegamos aqui antes das 6h da manhã e a energia era completamente diferente, muito positiva. E não falo só das pessoas fantasiadas, mas de todo mundo que veio prestigiar, correr, ou simplesmente finalizar o ano de uma maneira mais leve.”
Matheus reconhece que a São Silvestre é um evento que transcende o esporte, carregando consigo uma mensagem de união e celebração:
“Eu acho que a São Silvestre é muito sobre “passagem de bastão”. Ela marca o final de um ciclo e o começo de outro. Isso se reflete nas pessoas, cada um tem o seu motivo para estar participando, e isso agrega de alguma forma. Olhar a superação de cada um, para realizar a meta que elas se propuseram. A medalha é quase um detalhe diante da grandiosidade do evento, da energia das pessoas, dos estrangeiros que vêm para São Paulo só para participar. É um evento que junta todo mundo, independentemente de idade, raça, cor, gênero. Todo mundo se sente parte disso. Tem também as pessoas fantasiadas, o que torna tudo ainda mais bacana. Foi uma experiência que com certeza quero repetir nos próximos anos.”
Para todos os que participam da cobertura, é a chance de viver uma experiência que vai muito além da linha de chegada. Em todos os casos, a São Silvestre é mais do que uma corrida: é um evento que, de fato, une pessoas e histórias de superação, criando uma cobertura jornalística rica e inesquecível, encerrando o ano de uma maneira inesquecível.
Este conteúdo faz parte da Newsletter Pós na Cásper, uma iniciativa dos cursos de Pós-Graduação lato sensu da Faculdade Cásper Líbero, que informa e divulga as produções realizadas pelos estudantes que desejam aplicar o conhecimento adquirido em suas atividades profissionais nas organizações, ou querem realizar novos projetos, como transição de carreira ou inovação nas funções que já exercem. Iniciativas e perfis de docentes, além de agenda sobre eventos (como aulas magnas e abertas, mesas-redondas, oficinas, rodas de conversa, entre outros) também são o foco da publicação.
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