Sorriso no rosto e muita simpatia: desse modo fui recebida por Valéria de Siqueira Castro Lopes. Nascida no Rio de Janeiro e mesmo após anos morando em São Paulo, ainda podemos perceber certo sotaque carioca. Professora do curso de Relações Públicas da Faculdade Cásper Líbero, desde 2007, ela começou ministrando Metodologia da Pesquisa. Em 2009, transitou para a disciplina de Técnicas de Pesquisa e Opinião Pública de Mercado, ministrado para os terceiros e quartos anos de Relações Públicas.
Comunicação sempre foi a área desejada por Valéria. Após um teste vocacional feito quando adolescente, se deparou com três opções: psicologia, direito e comunicação. Entre gostos e desgostos, e um processo de exclusão, ela apenas confirmou o que já sabia: seu interesse por comunicação era maior do que as outras opções apresentadas. Após pesquisar mais sobre as habilitações da Comunicação Social, a que mais lhe chamou atenção foi a de Relações Públicas, por razão das oportunidades de uma atuação profissional mais diversificada: “Temos possibilidades muito diferenciadas, o que para algumas pessoas pode ser um problema, afinal são tantas e diversas as demandas que às vezes podemos nos perder. Mas não para mim. Eu via isso como um aspecto positivo, até porque não me via fazendo a mesma coisa sempre. É uma área em que posso recomeçar sempre, me reinventar, aprender de novo”.
Fez o curso de Relações Públicas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1992), e no ano seguinte à sua conclusão começou a cursar Jornalismo. Devido a uma recomendação de um ex-professor de Relações Públicas sobre uma nova linha de pesquisa na pós-graduação da Escola de Comunicação e Artes da USP, Valéria decidiu deixar o estudo de Jornalismo e, mesmo insegura, tentou o processo seletivo para a Universidade de São Paulo. “Um não pelo menos já estaria garantido”, comenta. Depois de fazer sua inscrição e criar um projeto, tudo aconteceu muito rápido: passou pela seleção e logo se mudou para São Paulo. Começou o mestrado com a ideia de voltar para o Rio de Janeiro, depois da defesa da dissertação, mas encontrou na capital paulista um lar definitivo. No meio de toda essa mudança, deu inicio a sua carreira de docente, e desde então as aulas tornaram-se parte especial de sua vida.
Questionada sobre fatos marcantes em sua vida, Valéria aponta a vinda para São Paulo como o foco principal: “Foi marcada pelo inusitado”. Depois de começar a trabalhar e estabelecer relações de amizade, a vida na terra da garoa se tornou um projeto definitivo para ela. Além disso, conheceu seu marido, que, por coincidência, também é carioca. Entre risadas, ela conta: “Quando viam dois cariocas juntos, perguntavam se havíamos nos mudado juntos para cá. Mas não, nos conhecemos por meio de amigos em comum”. Suas defesas de mestrado e doutorado também marcaram muito: “Me casei três dias após a defesa do mestrado (1997), e tive minha primeira filha quinze dias depois de defender o doutorado (2005)”. Tanto o mestrado quanto o doutorado foram concluídos na ECA-USP no curso de Ciências da Comunicação.
Apesar de toda a correria, Valéria gosta de ver tudo pelo lado positivo, afinal, foi sua persistência e otimismo que a fizeram completar todas as suas propostas até o fim. Hoje confessa não ter um hobbie, mas gasta o tempo se desligando da vida profissional com muitas leituras e assistindo a filmes. Admite, porém, que nos últimos tempos, com dois filhos pequenos, a programação costuma ser mais infantil do que outra coisa.
Perseverança e rigidez são palavras que podem, sem grandes mistérios, descrever Valéria. Mas ela logo aponta os dois lados dessa última qualidade: apesar de ser rígida na hora da prova, como professora, existe também a preocupação sobre o que há de novo e importante para levar para as turmas, uma melhor organização das aulas. Simples questão de equilíbrio. Como qualquer boa professora, quer contribuir de alguma maneira para o aprendizado do aluno, não somente de uma maneira técnica. Pensa também na formação do cidadão, na ética profissional, no respeito quanto ao ambiente de trabalho. Assim descreve: “É uma via de mão dupla”. O objetivo maior de suas aulas é a interação com o aluno, a conexão e a participação da turma: “O mais bacana é quando tudo começa a fluir, é estabelecer essa relação de troca. Acho que é sempre um aprendizado significativo também para mim”.
Professora na Cásper Líbero desde 2007, Valéria diz conhecer bem a Faculdade. Para ela, as condições tranquilas de trabalho são um diferencial. Em segundo, o respeito ao professor, que tem um espaço de atuação: “Eu nunca passei por um questionamento, por uma relação clientelista. São poucas as instituições que dão essa oportunidade e liberdade de trabalho”. Por último, leva em conta o fato de ser uma instituição que investe e tem uma preocupação grande com a pesquisa.
Sempre muito dedicada, Valéria Castro procura não apenas contribuir com a parte técnica na formação dos alunos, mas também em suas vidas de modo geral. Não a satisfaz apenas ensinar, como também aprender cada vez mais, estando aí seu diferencial como pessoa e profissional de Relações Públicas.