Daniel Thompson, apresentador do programa O Mochileiro, da TV Gazeta, formou-se relações públicas na Cásper Líbero em 2000 e, logo após o término do curso, viajou pela Europa para estudar espanhol e inglês, quando descobriu grande interesse por turismo, curso que iniciou em 2002 no SENAC, quando voltou ao Brasil.
Em 2008, cansou da paisagem dos escritórios e decidiu dar sua primeira volta ao mundo visitando as Sete Maravilhas Modernas. Convidado pelo iG, fez registros semanais da aventura em uma coluna para o portal, onde escreveu até 2009. Ele também publicou informações no blog próprio, o Mochileiro das Maravilhas, onde segue contando sobre suas aventuras e dá dicas de turismo.
A segunda volta ao mundo foi em 2012, visitando as sete maravilhas naturais. Dessa vez, levou também três câmeras para fazer filmagens, que compuseram uma série para o UOL e para o blog Mochileiro das Maravilhas. “Estava viajando sozinho e sentia vontade de conversar com alguém, então conversava com a câmera e escrevia no meu blog, que é um portfólio e uma válvula de escape. Tudo isso para um futuro que eu não sabia o que ia ser”.
Até que, no início de 2014, as filmagens feitas por Daniel nos catorze países que visitou em sua segunda volta ao mundo se transformaram no programa O Mochileiro, da TV Gazeta, que foi indicado para o Festival Internacional de Televisão (TELAS) – sendo a única série de TV aberta concorrendo na final da categoria “não-ficção”.
“O Mochileiro acabou sendo escolhido para um festival com outros 20 países e produções com muito dinheiro, como a Discovery. Estar entre os selecionados mostra o trabalho espetacular da produção da TV Gazeta, porque eu gravei tudo antes de saber que viraria um programa.”, comemorou Daniel, que já está gravando a 2ª temporada do programa, prevista para estrear em janeiro de 2015, trazendo descobertas em terras brasileiras.
Daniel busca mostrar diversas facetas de cada lugar que visita, quebrando preconceitos e barreiras. Como exemplo, ele cita o Vietnã: “é um povo simpático, a comida é boa e barata e se gasta menos do que ir para a Europa ou América do Norte. Então procuro aproximar um pouco mais as pessoas da realidade desses lugares”.
E agora, de volta à Paulista, 900, sede da TV Gazeta, o Casperiano relembra seus tempos de graduação. “A Cásper não sai do coração, eu fui muito ligado a esse lugar e participei muito do Centro Acadêmico, da Atlética, fui monitor da coordenadoria de RP, é minha faculdade querida. E hoje em dia uso muito os conhecimentos de relações públicas para as negociações, parcerias, entrevistas e gerenciamento de comunicação que faço”.
O olhar do viajante
“Eu digo que para onde me chamarem, eu vou, seja calor, frio, pobre, sujo, limpo, campo, cidade, não importa, sou curioso por natureza”. E dos destinos que ainda quer conhecer, Daniel destaca a Croácia, Cuba e o Quênia.
Para ele, o maior desafio é a saudade que sente de amigos e familiares enquanto está viajando, mas que, por outro lado, tem a oportunidade de conhecer pessoas. “Quando você viaja sozinho, nunca fica só, a não ser que queira. Porque as pessoas te veem desacompanhado e se aproximam. Isso acaba gerando muitas histórias, enriquecendo muito aquilo que produzo”, afirma o apresentador.
Dentre as transformações pelas quais passou desde que começou a viajar o mundo, Daniel nota que se tornou mais tranquilo e paciente e mais desapegado de bens materiais. Também conta que tirou a palavra “estranho” de seu vocabulário e passou a entender costumes diferentes dos seus. Aprendeu a gostar mais do Brasil ao perceber problemas graves em outros países. “Temos o costume de falar mal do nosso país, mas vi que a casa do vizinho não é tão florida quanto parece e nem a nossa é tão arrebentada quanto pintam, embora a gente tenha muito a melhorar, inclusive no turismo”.
Turismo e responsabilidade
Depois de viajar por mais de cinquenta países em quase dez anos de experiência com turismo, muitas pessoas recorrem a Daniel para pedir dicas de viagem, o que ele enxerga como grande responsabilidade. “É preciso ser profissional o suficiente para ser sincero e dizer que não sabe ou que não recomenda alguma coisa para não acabar com a viagem de alguém que guardou dinheiro por anos”, afirma. Para exemplificar, ele cita a Índia como destino controverso, em que muitos voltaram doentes e não gostaram, enquanto outros têm como a melhor viagem. “Para dar dicas, é preciso alguém que já foi ao lugar e entenda a vontade da pessoa que vai viajar”, acrescenta o Casperiano.
Para ele, viajar sozinho é sinônimo de liberdade e de estar aberto a conhecer pessoas, mas também requer cuidado redobrado, usando planejamento para minimizar os riscos. É importante escolher e pesquisar bastante sobre o destino, além de manter a família e amigos informados sobre o roteiro, avisando-os regularmente sobre onde está.
No momento, Daniel quer continuar viajando, mas também planeja um meio de unir seu maior prazer à oportunidade de ajudar pessoas. “Meu sonho era uma volta ao mundo, eu dei duas, não tem nem o que falar, sou muito feliz por isso. Quero continuar incentivando o turismo, porque é o melhor investimento que a gente faz na vida. O carro bate, a roupa estraga, mas as viagens nunca saem da nossa vida”.