Na última quinta-feira (19/03), a Rádio Gazeta AM, estação universitária da Faculdade Cásper Líbero, promoveu o evento “Debate Profissional com Regiani Ritter”. Realizado na Sala Aloysio Biondi e aberto aos alunos do 1º e do 2º ano dos cursos de Jornalismo e Rádio, TV e Internet, o debate foi uma oportunidade para as alunas e alunos conhecerem um pouco mais da profissional, famosa por ser a primeira mulher a se consolidar como repórter no jornalismo esportivo brasileiro e que hoje é uma das joias da rádio, onde atua apresentando os programas “Revista Geral” e “Disparada no Esporte” e orientando os estudantes – colaboradores, estagiários e monitores – que participam da Gazeta AM, uma das únicas rádios universitárias que pode ser sintonizada pelo dial.
Dividindo a mesa do debate com a jornalista estavam Gilles Sonsino, apresentador do “Almanaque Gazeta” e responsável pela mediação, o Prof. Pedro Vaz, gerente da Rádio Gazeta AM e docente do curso de RTVI e Juliana Yamaoka, estagiária da Rádio e aluna do 3º ano do curso de Jornalismo. Antes da exposição, foi apresentada aos presentes uma galeria de fotos, preparada pela jornalista Heloísa Rocha em homenagem à palestrante, desde seu início aos 14 anos como atriz até a realização do primeiro Troféu Regiani Ritter, premiação criada pela Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP), que reconheceu a importância do trabalho dela para o jornalismo esportivo brasileiro, passando por imagens clássicas, como a foto que mostra o momento em que ela, pela primeira vez, desafiou as barreiras vigentes da época e entrou em um vestiário de um time de futebol, prática comum dos jornalistas da época para entrevistar os jogadores em primeira mão.
Chamada de “enciclopédia” na fala do professor Pedro Vaz, Regiani ri e brinca “muito obrigada Pedro, mas dos amigos nós temos que descontar cinquenta por cento”. A jornalista conta que depois de ter começado como atriz e modelo, o esporte entrou na vida dela quando era jornalista de variedades e foi convidada para cobrir um colega que iria entrar em férias. “Me chamaram para fazer um teste no esporte, mas eu precisei dizer que, se fosse para experimentar, queria ficar no mínimo um ano”. Com o sinal verde, começou a fazer reportagens, mas confessa que não conhecia muito do esporte: “eu sabia que eram mais de 20 jogadores ao todo, mas que ninguém me perguntasse quantos por time ou qualquer regra, eu precisei ir atrás e aprender com meus colegas”. E que não demorou muito para criar gosto pela área: “nunca tinha tido muito contato com o futebol, mas a primeira vez que eu entrei em um estádio, foi paixão. Era um palco magnífico”.
Ainda sobre o seu começo na nova área, falou sobre o intenso preconceito que sofreu nos primeiros momentos por ser mulher em um campo que tinha uma esmagadora maioria masculina de profissionais. Como fez para superar? Se dedicando ao máximo. “Eu ficava todo santo dia uma hora a mais. E isso foi muito importante, porque eu conseguia entrevistas e notícias que ninguém tinha. Meu chefe da época me disse que todos os jornais me deviam um cachê pelas notícias que eles reaproveitavam no dia seguinte”. Sobre o que ela aconselharia para os novos profissionais, não tem dúvida, faz questão de deixar claro que coragem para buscar a notícia é o primeiro requisito que um jovem que quer ser jornalista deve buscar. O segundo? “Vocês devem sempre buscar a confiabilidade, conquistar a confiança”. Reforça a responsabilidade do profissional de rádio: “só podemos dar uma notícia com certeza absoluta, não podemos fazer alarmismo. Não temos a obrigação de sermos os primeiros, temos a obrigação de sermos corretos”.
No terceiro e último bloco, foi aberto o microfone para que os presentes fizessem questionamentos para a jornalista. Perguntei qual era a importância, para ela, da relação atual com alunos. Ela me respondeu que, após 51 anos de carreira, era uma experiência única poder passar o conhecimento adiante e, também, aprender com os alunos, que participam e trabalham na rádio, “é uma troca muito especial, você não tenha dúvida nenhuma. Depois ver esses alunos tendo muito sucesso no mercado de trabalho é a coroação do trabalho”. Falando também sobre porque nunca tinha trabalhado na frequência FM, Regiani Ritter abriu o coração para falar da paixão pelo AM, “é mais intimista, eu gosto de conversar com o ouvinte”. Antes de encerrar a conversa, que foi gravada para ser veiculada no “Almanaque Gazeta”, a jornalista ainda falou da importância da Fundação Cásper Líbero na sua carreira recebeu declarações do prof. Pedro Vaz e de Juliana Yamaoka de sua importância para a profissão e para a Gazeta AM e passou o microfone para que Gilles Sonsino agradecesse a presença dos alunos e encerrasse com muito sucesso o evento.