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Tirar um projeto audiovisual do papel muitas vezes não é fácil, principalmente para estudantes universitários, que precisam de incentivo financeiro. Uma alternativa para os alunos são as plataformas de crowdfunding, ou financiamento coletivo.

O professor Ninho Moraes é o orientador de dois trabalhos de conclusão de curso, os projetos A Vida é Vela e Rebobinando, que estão utilizando o Catarse, uma plataforma de financiamento coletivo com mais de 1.700 projetos financiados, segundo informações do seu site. Para o docente, o crowdfunding é uma  ferramenta muito importante e uma boa alternativa para produções independentes. “Já faz parte do programa das aulas falar sobre esse assunto”.

A vida é vela

Família e equipe | Crédito: acervo pessoal

Família e equipe | Crédito: acervo pessoal

Giovanni Sandes e Tiago Cesar Silva são dois integrantes do grupo responsável pelo TCC A Vida é Vela, um reality show para a TV que pretende contar um pouco da história da família Christalino, que vive em um barco homônimo. Os integrantes da família são Fabi, a mãe;  Otto, o filho e Vagner, o pai, que inclusive construiu o barco.

Tiago conta que queriam algo que inspirasse o público e perceberam o gosto das pessoas por viajar. A partir disso, resolveram fazer um diário de bordo dessa família, “A vida deles é muito diferente”, afirma Giovanni.

Logo perceberam que precisariam de um financiamento devido à necessidade de viajar e arcar com equipamentos. Assim que inscreveram o projeto no Catarse, criaram uma página no Facebook e começaram a gerar conteúdo, conquistando uma rede de pessoas interessadas no assunto. A equipe conseguiu alcançar o valor solicitado antes do fim da campanha.

A ideia para o TCC é produzir um piloto e depois tentar vender a série para alguma emissora. “Desde o começo a gente não queria fazer só um trabalho pra depois guardar na estante”, explica Giovanni.  A previsão para o início das gravações é entre junho e julho, quando acompanharão a família em Recife.

Rebobinando

Alex Lee, Cibele Pontes e Letícia Fudissaku fazem parte do projeto Rebobinando , que pretende fazer um reality show no qual crianças deverão passar por provas eliminatórias que envolvem saber lidar com objetos e situações de outras épocas. Eles pretendem fazer quatro episódios, de 20 minutos cada, que atraia desde crianças, pelo aspecto lúdico e brincadeiras, até adultos, pela nostalgia.

Equipe e crianças selecionadas | Crédito: divulgação

Equipe e crianças selecionadas | Crédito: divulgação

Desde o começo o grupo queria fazer um reality show e tiveram a ideia de trabalhar com o público infantil, traçando novos formatos de realities. Além disso, os alunos acreditam que essa geração de crianças já nasceu conectada e não teve tanto contato com aparatos

analógicos, “queremos mostrar para as crianças o quanto evoluímos para chegar ao que temos hoje”, explica Alex.

Como Reality é um gênero caro, logo pensaram em inscrever seu projeto no Catarse.  “A ideia e a vontade de fazer a gente tem, só falta tirar do papel”, brinca a equipe, que alcançou mais de 30% do dinheiro solicitado em apenas duas semanas de campanha.

Além da possibilidade de tornar o trabalho realidade, o grupo acredita que inscrever o Rebobinando no Catarse é uma forma de pensar o TCC como algo além de um simples trabalho de faculdade.

Rafa Eu

Os dois grupos anteriores citaram o curta-metragem Rafa Eu, resultado do projeto interdisciplinar do 3º ano de RTVI,  como inspiração e exemplo mais próximo de sucesso no Catarse.

1234610_1438557986383081_1597819234_nMarina Garcia, diretora do curta, conta que estava entrando no movimento LGBT quando começou a pensar no projeto e percebeu que muitas pessoas estavam interessadas em falar sobre transexualidade. Ela sabia que se quisessem fazer um trabalho para participar de festivais, precisariam de dinheiro, então decidiram investir no Catarse.

Para a aluna, mesmo diante da importância social do tema, a repercussão positiva do projeto foi impressionante. O trabalho conseguiu alcançar a meta desejada com a ajuda do Instituto Asas, uma ONG vinculada à Red Bull que ajuda projetos de “pessoas que querem mudar o mundo”, segundo página online da instituição.

Este ano, para o TCC, Marina vai apostar novamente no Catarse, agora tratando do tema Feminicídio. Enquanto se prepara para enfrentar essa maratona de novo, ela dá algumas dicas para os alunos que pensam em utilizar plataformas de financiamento online:

“Criem uma rede de pessoas que se importam com o que vocês estão falando. Uma rede de pessoas que vejam a importância do projeto e deem atenção para isso. As redes sociais e o trabalho de social media são muito importantes para o projeto funcionar”