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Edição nº 1 – 2014

Cinema no interior do Amazonas está muito longe de ser realidade. A única cidade do estado fora da capital a conseguir manter uma sala de exibição de filmes é Itacoatiara, onde sobrevive a duras penas o Cine Theatro Dib Barbosa. Por outro lado, Manaus conta com 49 cinemas em funcionamento (Cinépolis, Cinemark, Kinoplex Severiano Ribeiro e Playarte) e terá ainda mais cinco salas (Cinematográfica Araújo) até o fim deste ano.

Para os outros 60 municípios do Amazonas, o cinema se tornou sinônimo de DVD, Blu-Ray (muitos deles em cópias piratas) ou de exibições de filmes pela televisão. O cenário adverso, entretanto, não significa que iniciativas não surjam para contribuir com o avanço e o debate da sétima arte nestes locais. Fazendo fronteira com a Venezuela e a Colômbia, São Gabriel da Cachoeira (distante 852km de Manaus) conta com um dos principais cineclubes do estados: o Cine Alto Rio Negro.

Em funcionamento desde 2011, o Cine Alto Rio Negro se volta para a comunidade jovem do município, como explica a coordenadora do projeto, Danielle Nazareno. “O cineclube traz como foco equipar, fazer parcerias com órgãos públicos para levar entretenimento de qualidade para a comunidade de São Gabriel da Cachoeira. Como a cidade não possui tantas opções de lazer, precisamos desenvolver essa atividade cada vez mais para afastar muita gente de problemas recorrentes como a prostituição e o alcoolismo”.

As atividades do cineclube de São Gabriel da Cachoeira se mantêm na base do voluntariado. Com verba adquirida por vendas de camisas do projeto e apoio da Associação de Cinema e Vídeo do Amazonas (ACVA), uma das últimas conquistas obtidas pela iniciativa foi um telão inflável 7 X 8 para a projeção dos filmes. Porém, de acordo com Danielle, ainda não há uma ideia muita clara por parte das pessoas na cidade sobre o Cine Alto Rio Negro. “Tem órgãos querendo emprestado o telão para fins particulares, exibindo os jogos da Copa do Mundo. Eu movimento uma iniciativa sem verba e, quando há um mínimo de estrutura, as pessoas se esquecem de que o foco é o cinema”, lamenta a gestora.

Outro ponto de dificuldade citado por Danielle diz respeito à falta de apoio dos órgãos públicos. “Tivemos em 2013 a Mostra Paralela Andanças de Cinema do Amazon Film Festival. Conseguimos inserir o município na programação e exibimos dois filmes. Essa foi a ação mais próxima que o Cine Alto Rio Negro desenvolveu com a Secretaria de Cultura do Estado. Falta incentivo e compreensão sobre a ação cineclubista. Isso pode levar, pelo menos em São Gabriel da Cachoeira, jovens de comunidades indígenas a produzirem materiais de registro da própria cultura, evitando o desaparecimento dessa memória”.

Danielle explica que a programação do cineclube varia de acordo com o evento ou a pedido do público. Em abril deste ano, em parceria com a igreja presbiteriana, o projeto exibiu, durante a Semana Santa, “A Paixão de Cristo”, dirigido por Mel Gibson. Já para o público infantil são exibidos curtas-metragens e desenhos, enquanto em outras ocasiões são projetados documentários e curtas-metragens de mostras de cinema de filmes amazonenses ou nacionais. O Cine Alto Rio Negro conta com o apoio de parceiros como os professores do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e os integrantes da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e do Instituto Socioambiental.
 

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