Recentemente a editora Escala Educacional resolveu investir em adaptações de clássicos da literatura brasileira para quadrinhos. São romances e contos de Machado de Assis, Lima Barreto, Manuel Antônio de Almeida e Aluísio Azevedo, reproduzidos de forma sucinta e, com linguagem voltada ao público infanto-juvenil.
A coleção, cuja coordenação editorial é de Duda Albuquerque, já lançou: Memorias póstumas de Brás Cubas; O enfermeiro; A cartomante; A causa secreta; O alienista; A nova Califórnia; Memórias de um sargento de milícias; O cortiço; O homem que sabia javanês; O triste fim de Policarpo Quaresma, entre outros.
Acompanha cada volume um encarte que propõe exercícios sobre as obras com questões alternativas e dissertativas. Essa iniciativa traz consigo a preocupação com a criança em aspectos de desenvolvimento não só em habilidades escritas, mas também de interpretação de texto.
No total, são 19 publicações de variados cartunistas e roteiristas, e elas contam com a aprovação de alguns especialistas sobre o assunto. Valdomiro Vergueiro, pesquisador do Núcleo de Pesquisas de Histórias em Quadrinhos/USP, afirmou em entrevista concedida ao Canal Futura que a iniciativa é uma nova forma de comunicação, e proporciona o contato do leitor com a literatura clássica brasileira.
Na edição de número nove da coleção (Memórias póstumas de Brás Cubas) de Machado de Assis, o romance é rico de imagens por si só, conta com a permanência da ironia do autor e se adapta muito bem ao universo das HQ’s. A adaptação do desenhista Sebastião Seabra preza em manter a narração original, em que Brás Cubas conta sua história depois de morrer.
Já na 16ª edição da coleção (O triste fim de Policarpo Quaresma) de Lima Barreto, o ilustrador Francisco Vilachã opta pela leveza na escolha das cores dos desenhos. Apoiado ideologicamente pelo roteirista Ronaldo Antonelli, a publicação investiu na simplificação do roteiro original para narrar a história do personagem central da história. Devido a isso, as críticas do autor sobre a sociedade brasileira da República Velha estabelecem um padrão mais compreensivo da obra.
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