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Edição nº 2 – Dezembro de 2014

O Obelisco do Parque do Ibirapuera | Crédito: divulgação

O Obelisco do Parque do Ibirapuera | Crédito: divulgação

Por suas características únicas, se comparada ao restante do país, São Paulo de fato possui uma agenda cultural tão intensa e variada que é quase impossível acompanhar a sua programação, tanto pelo investimento de tempo quanto de dinheiro. Existe, porém, uma agenda cultural específica permanente que chega a quase 400 atrações em toda cidade, que exigem por parte do cidadão investimento que tende a zero e quase não possui restrições de horários.

Estamos falando dos diversos monumentos, estátuas e outros pontos de visitação que apresentam, de maneira didática, a história e a cultura miscigenada da cidade e do estado de São Paulo, além das diversidades culturais brasileira.

Para a capital paulista, sem dúvida o monumento mais significante é do Obelisco do Parque do Ibirapuera, um espaço importante para a história da cidade, que está fechado desde 2002 por má conservação. O Obelisco é, na verdade, o mausoléu dos quatro primeiros jovens que foram mortos em confrontos contra tropas Federais em 23 de maio de 1932, nos dias que antecederam a eclosão da Revolução de 1932. Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, imortalizados na sigla MMDC, viraram símbolo da luta por uma nova Constituição Federal para derrubar a ditadura de Getúlio Vargas.

O obelisco está para ser reaberto e carrega inúmeros significados. Ele representa a bainha da espada fincada no coração de São Paulo (o jardim a sua volta tem 1.932 metros quadrados no formato de um coração). Possui 72 metros de altura (7+2=9), e se somado à altura da cripta (72+9=81), sua raiz quadrada é nove. São nove degraus para acessar o local. A base maior tem nove metros, a menor tem sete metros e a altura da base até a cripta é de 32 metros, ou seja, a data do início da Revolução. Dentro do Obelisco existe uma ogiva de 32 metros de altura carregada de símbolos. O mausoléu possui 33 arcos, representando os 33 graus da maçonaria, que teve grande influência no movimento. No sarcófago existem 365 restos mortais, para que o soldado seja lembrado em todos os dias do ano.

O feriado de 9 de Julho é o mais importante para o Estado. O Obelisco, projeto de Galileo Ugo Emendabili, é de mármore e levou 23 anos para ser construído. Ao lado dele fica o carismático Monumento às Bandeiras, que não está relacionado às bandeiras das cidades ou dos estados brasileiros, mas ao movimento dos Bandeirantes que a partir de São Paulo iniciaram uma série de rotas para desbravar e integrar o país. Neste caso o artista Victor Brecheret optou em usar 240 blocos de granito que pesam 50 toneladas cada, personificando em 37 pessoas a figura dos portugueses, índios, negros e mamelucos, representando assim o esforço na exploração e ocupação do território nacional. O movimento perdurou pelos séculos 16 e 17, e atingiu o centro-oeste, norte e nordeste do país. Os meios de locomoção eram os cavalos, as canoas e pequenas embarcações, que também fazem parte deste monumento de 50m de comprimento e 16m de altura. Os índios que aparecem no monumento já haviam sido catequizados pelos Padres Jesuítas, uma vez que os não catequizados eram considerados inimigos pelos Bandeirantes. Já os negros eram ainda escravos e aparecem usando correntes amarradas aos pés.

Com o Centenário da Independência do Brasil, celebrada em 7 de setembro de 1922, a comunidade sírio-libanesa num gesto de cordialidade e agradecimento pela a acolhida de muitos de seus imigrantes decidiu doar um monumento para a cidade de São Paulo. Composto por esculturas em bronze dispostas nas quatro faces dos pedestais de granito rosa e 14m de altura, o monumento foi feito por Ettore Ximenes, proeminente artista que também foi responsável por outras obras importantíssimas na cidade. Rica em detalhes possui símbolos da cultura sírio-libanesa, incluindo a galé, embarcação utilizada pela antiga civilização fenícia (que viveu no atual território do Líbano) para a realização do comércio em todo o Mediterrâneo, norte da África e sul da Europa. Ali representados também estão o índio, o homem e a mulher brasileira, além de outras personalidades típicas da cultura árabe, simbolizando a amizade entre os povos. Inicialmente o monumento foi instalado no Palácio das Indústrias, mas foi trazido para a Praça Ragueb Chohfi (Parque Dom Pedro), que leva o nome de um importante comerciante sírio que fez a sua careira na Rua 25 de Março.

Próximo dali está a imponente Praça da Sé, local que guarda diversos monumentos e esculturas, de pequenas dimensões mas de importância singular. O seu estado de elevada degradação e insegurança muitas vezes não permite que tenhamos a chance de parar e observar com calma algumas dessas obras, como o marco geográfico zero de São Paulo. O prisma hexagonal de mármore e com tampo de bronze foi uma das muitas tentativas de se iniciar a quilometragem oficial para as ruas e avenidas que se desenvolvessem a partir dali. Colocada em 1934 no centro de uma bela Rosa dos Ventos, a peça de 1,13m de altura possui em cada uma das suas faces homenagens as principais regiões brasileiras tidas na época, como Goiás, Minas Gerais, Santos, Rio de Janeiro e Mato Grosso, com ilustrações que representam bem a região destacada. Minas, por exemplo, tem uma picareta e ferramentas de mineração. Executado pelo escultor francês Jean Gabriel Villin, O marco foi instalado em 1934 e tornou-se o primeiro do tipo em toda a América do Sul.

Monumento às Bandeiras | Crédito: divulgação

Monumento às Bandeiras | Crédito: divulgação

Próximo ao Vale do Anhangabaú, no Largo da Memória, na esquina das ruas Coronel Xavier de Toledo e Quirino de Andrade, está o primeiro monumento erguido na cidade de São Paulo. Apesar da importância histórica, sua conservação ao longo desses anos tem sido negligenciada e o espaço ficou completamente abandonado. Por ter completado 200 anos no mês passado, a Prefeitura de São Paulo está desenvolvendo várias ações e trabalhos que visam a sua recuperação, incluindo a realização de atividades culturais. O local que abriga um obelisco de quase nove metros de altura foi erguido para marcar a saída da cidade de São Paulo pelos viajantes que seguiam rumo ao interior, numa estrada aberta pelo engenheiro Daniel Pedro Müller. Os habitantes faziam uma última pausa para encher seus cantis de água numa pequena bica que havia ali, antes de se aventurarem em suas viagens. Um chafariz chegou a ser erguido, mas foi demolido em 1872. Com a chegada da estrada de ferro e da Estação da Luz no final do Século 19, aquele que era considerado o ponto de entrada de São Paulo perdeu importância. No início do século passado uma bela parede com azulejos foi erguida representando a cena antiga e as atividades realizadas naquele local.

Muitos outros monumentos estão inseridos no contexto de parques, como é o caso do Monumento a Independência, no Ipiranga, no qual está instalada uma enorme escultura de bronze e de granito às margens do riacho do Ipiranga onde Dom Pedro I teria proclamado a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Apesar de ter sido inaugurado no Centenário da Independência, somente em 1926 o projeto dos escultores e arquitetos italianos Ettore Ximenes e Manfredo Manfredi foi escolhido por meio de um concurso para executar a obra. Hoje repousam sob o monumento os restos mortais de Dom Pedro I e, desde 1950, uma chama é mantida acesa ininterruptamente, no Altar da Pátria, demonstrando os símbolos de coragem e de amor ao País. Poucas foram as vezes em que ela se apagou devido a fortes chuvas e ventos.

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