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Edição nº 2 – Dezembro de 2014

Porta de um dos ateliês | Crédito: Alessandra Leite

Porta de um dos ateliês | Crédito: Alessandra Leite

Inaugurado há um ano, o Red Bull Station trouxe para o centro de São Paulo um novo conceito de espaço cultural, um laboratório de criatividade. Localizado na Praça da Bandeira, ocupa um edifício construído na década de 1920 onde funcionava a antiga subestação de energia Riachuelo, em alusão à rua de mesmo nome, desativada desde 2004.

O projeto surgiu a partir do Red Bull House of Art – uma residência artística que funcionou de 2009 a 2012 em outros prédios históricos do centro da cidade, como no Edifício Sampaio Moreira. Quando a Prefeitura pediu de volta os dois andares para a reforma e restauro do patrimônio histórico, a Red Bull foi um busca de outro espaço e encontrou o prédio da antiga Light. Como o local era muito maior do que aqueles ocupados anteriormente, a empresa viu ali uma oportunidade para fazer algo além da residência artística e resolveu trazer o Red Bull Studios, projeto que já existe em nove cidades do mundo, para a América Latina.

Assim, o prédio tombado atendeu ao espírito urbano do projeto, e o escritório franco-brasileiro, Triptyque, ficou responsável pela restauração. A natureza industrial da construção foi respeitada e espaços foram criados para abrigar as atividades artísticas, que são o foco do Red Bull Station.

“A Red Bull apoia projetos ligados à cultura para ‘dar asas’ às pessoas que tenham a ver com os valores da marca, que não tenham medo de superar limites e questionam o ‘status quo’. Dessa forma, o Red Bull Station, que abriga a Residência Artística e o Red Bull Studios está dentro da estratégia de trabalhar com iniciativas experimentais na área cultural, afirma Fernanda Fernandes, do departamento de Comunicação.

O edifício conta com térreo, mezanino, pavimento superior e cobertura, além de um subsolo, e consegue integrar as diferentes expressões artísticas. O estúdio de música, um espaço de exposição, o lounge e a cafeteria ocupam o térreo, enquanto o pavimento superior abriga os ateliês dos artistas da residência, que são as antigas salas onde os transformadores eram guardados, e a galeria transitória. Já a cobertura, com vista para a Praça da Bandeira é uma área de convivência.

Galeria transitória | Crédito: Alessandra Leite

Galeria transitória | Crédito: Alessandra Leite

“A Residência Artística é um projeto que apoia e incentiva a produção de arte contemporânea nacional através de um laboratório de vivência com troca de experiências. Ela tem uma duração de aproximadamente dois meses e no final há uma exposição dos trabalhos realizados”, explica a curadora Paula Borghi. “Durante a residência, há uma programação gratuita de palestras e workshops para os artistas, também aberta ao público. Os interessados na residência devem participar de um processo seletivo que é feito por meio de um edital disponível no site do Red Bull Station, sendo que eles devem estar no início de sua trajetória profissional”, completa Borghi.

Para Alessandra Domingues, que participou da 6º edição, a residência foi muito importante para entender o processo criativo de cada participante, e uma troca de experiências. “Como venho do teatro, era iniciante nas artes plásticas. Estudo a luz como linguagem não importa a expressão e a residência me deu espaço para experimentar a iluminação fora do contexto teatral, para entender esta outra voz de expressão, a do campo das artes visuais” ressalta.

Já André Feliciano, participante da 9º edição, afirma que a residência foi muito produtiva. “Como eles forneciam o espaço, refeições e verba de produção, além do acompanhamento crítico, inclusive de outros curadores, foi um ótimo momento para focar na realização um projeto”, afirma

Fachada | Crédito: Alessandra Leite

Fachada | Crédito: Alessandra Leite

Alessandra acredita que ter uma residência com característica pública, em São Paulo, cria oportunidade das pessoas acompanharem o processo artístico e terem uma melhor compreensão sobre a arte contemporânea, pois durante este período, os residentes abrem os estúdios ao público para mostrarem o andamento dos trabalhos.

Já na área da música, o Red Bull Studios é considerado um projeto inovador dirigido à um público específico. “Procuramos abrigar projetos experimentais e inovadores de gêneros musicais em que a Red Bull acredita e com os quais já trabalha, como o underground do rock, do eletrônico e do hip-hop, e vertentes da MPB’, ressalta Fernanda

Além dessas duas atividades principais, também pode abrigar outras iniciativas como o Festival de Música Estranha, que aconteceu em novembro, lançamentos de álbuns de artistas parceiros e até mesmo uma exposição de uma revista experimental de arte.

Com o objetivo de dar oportunidade de novos talentos apresentarem seus projetos e dos entusiastas descobrirem a arte de uma perspectiva diferente, Fernanda acredita que o Red Bull Station pode contribuir de forma positiva para o panorama cultural da cidade. “Toda a programação é pautada pela estratégia da área de cultura. Dessa forma, queremos incluir, no próximo ano, projetos de empreendedorismo social e desenvolvimento digital, além de trazer o artista plástico, Fernando Velásquez, para fazer a curadoria do Station”, conclui.

“Neste primeiro ano, o balanço foi positivo e excedeu as expectativas. Por ser um projeto que esta começando, nós estamos aprendendo conforme fazemos”, finaliza.

 

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