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Edição nº 4 – Janeiro de 2016

 

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Nos últimos anos a cidade de São Paulo tem recebido importantes exposições dos principais nomes da arte mundial. De todas as épocas e estilos, de Delacroix a Cezanne a Frida Khalo e as mulheres surrealistas do México, das gravuras produzidas Entre ditaduras de Leon Ferrari às criaturas fantásticas da ComCiência de Patricia Piccinini.

Tão notável quanto o leque cada vez mais amplo de eventos e programações oferecidas pelas galerias é a diversidade do público nessas grandes mostras. Na contramão da ideia antiquada de que a cultura e a arte são acessíveis apenas para poucos privilegiados, cada vez mais gente vem de todos os lugares, cidadãos de todas as idades, de distintos graus de escolarização, formando imensas filas, ocupando os espaços e, enquanto passeiam entre as obras, suas reações são um espetáculo à parte.

Há os olhares de longe, com desconfiança ou contemplação, e há quem chegue bem perto para não perder nenhum detalhe sequer, segurando-se para não tocar. E há quem realmente toque, por impulso, sendo prontamente repreendido pelo segurança da sala que, como num passe de mágica, invariavelmente surge ao lado do visitante atrevido.

Alguns fotografam para lembrar a obra e outros se autorretratam frente a ela, para lembrar a si mesmos que estiveram ali. Há os mais inspirados que trazem seus cadernos e reproduzem, ali mesmo, um esboço do que observam.

 

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O importante mesmo é levar consigo a memória da arte, seja subjetivamente incluída na famosa “bagagem cultural”, seja no rolo da câmera do celular para mais tarde, quem sabe, ganhar espaço na internet. Há também os que apenas passam, olham, se distraem, até se cansam e, após uma breve visita à loja de souvenires, seguem de volta para o bom e velho cotidiano.