Fruto do modo de fazer jornalismo de Cásper Líbero, um dos maiores comunicadores do Brasil, a revista Cásper procura investir em apuração e debate de ideias dentro do universo da cultura, da comunicação e das atualidades. Planejada inicialmente como um espaço para que os quatro cursos ministrados pela instituição – jornalismo, relações públicas, publicidade e propaganda, RTVI (rádio, televisão e internet), – pudessem dialogar, a revista ampliou progressivamente suas fronteiras de interesse ao longo do tempo. As três edições anuais da publicação, lançadas em maio, setembro e dezembro, são alimentadas por repórteres e diagramadores do Núcleo Editorial de Revistas – órgão formado por alunos – e também por colaboradores externos.
Apesar de ter entrado há poucos anos no universo editorial, a Cásper continua sempre se renovando, porque é fruto da diversidade de pessoas que ajudam ou ajudaram na sua realização. Thiago Tanji, editor do primeiro número da revista, de 2010, acredita que o trabalho lhe rendeu um grande aprendizado. “A oportunidade de conhecer todos os processos de produção de uma revista, da discussão da pauta ao fechamento, é algo que dificilmente encontraria em outro lugar.” E a experiência parece ter valido a pena: Thiago tornou-se repórter da revista Info e chegou a ganhar um Prêmio Abril de Jornalismo quando ainda era estagiário daquela revista da Abril.
O aprendizado dos alunos que produzem a revista também é nutrido pela figura do editor-chefe, sempre representado por um professor da Faculdade. Eles são responsáveis por coordenar as edições e auxiliar os repórteres e a equipe de arte. Já passaram pelo expediente da revista os jornalistas Gilberto Maringoni, criador da publicação, Ricardo Muniz e Carlos Costa, atualmente coordenador do curso de Jornalismo da instituição. Hoje, a revista está sob o comando do professor Sergio Vilas-Boas. É a partir desse contato entre duas gerações – mestre e aluno –, que a Cásper constitui um espaço de experimentação e ao mesmo tempo de continuidade do jornalismo de boa apuração.
Entre as capas da revista já figuraram rostos do teatro, como Lígia Cortês, da literatura, como Alberto Manguel, da televisão, como a equipe do CQC, e do jornalismo, como Sônia Bridi. Buscando valorizar a cultura nacional e a pluralidade, a Cásper discutiu também a tecnologia na educação, a indústria musical, gastronomia e coletivos urbanos. As últimas edições quebraram ainda algumas barreiras geográficas. Através dos ensaios fotográficos da seção “Portfólio”, levamos o leitor à Chapada Diamantina e até ao Tibet.
“Na execução das pautas, pude exercitar minha criatividade e aprendi a pensar uma revista com leveza e sensibilidade. Foi um começo incrível, de que me lembro com muita saudade e gratidão”, diz Amanda Massuela, ex-editora da Cásper, que atualmente trabalha na revista Cult. Além dos alunos já citados, Aline Magalhães (hoje na revista Auto Esporte), Gabriela Sá Pessoa (na Trip) e Leandro Saioneti (na Playboy) também fizeram parte do expediente.
Recentemente, a revista passou por uma renovação, tanto em seu perfil gráfico quanto em seu escopo editorial. A nova Cásper passou a contemplar o gênero reportagem narrativa e tem procurado valorizar o texto autoral e a fotografia. E é entre reformulações e trocas de editores, repórteres, diagramadores e colaboradores que cada Cásper surge, tentando trazer um mundo visto por muitos olhos, outras linguagens, novas ideias.