Melissa McCarthy e Jason Bateman em cena
Crédito: reprodução
Apesar de estar em Hollywood há algum tempo, foi em 2011, com a comédia Quero Matar Meu Chefe, que o diretor Seth Gordon ficou conhecido. A combinação entre um humor ácido e um elenco talentoso fez com que o filme fosse surpreendente, reconhecido pela crítica e pelo público.
Uma Ladra Sem Limites tenta, mas infelizmente não consegue realizar a mesma façanha. A nova comédia de Gordon conta a história de Sandy Patterson, um homem comum, casado, pai de duas filhas, cuja maior ambição é ser promovido na empresa onde trabalha. Já a outra personagem, Diana, possui um estilo de vida completamente diferente: não trabalha, frequenta lugares badalados e faz compras – muitas compras. Parece perfeito, mas é forjando cartões de crédito e falsificando identidades que Diana consegue se sustentar financeiramente.
Acontece que ela acaba escolhendo o nome de Sandy para sua nova empreitada, causando o maior caos na vida dele, e o levando a ir atrás dela para conseguir resolver seus problemas. Nessa viagem os protagonistas têm a oportunidade de se conhecer… e de complicar suas histórias ainda mais.
Se a premissa é clichê, o resto do enredo mais ainda: como todo filme em que os personagens principais se odeiam e são obrigados a conviver, há brigas, momentos sentimentais e novos rostos tentando arruinar a missão.
É perceptível que Uma Ladra Sem Limites não dá certo quando nem Melissa McCarthy, intérprete de Diana que carrega o filme nas costas, consegue fazer rir. A atriz – indicada ao Oscar pelo filme Missão Madrinha de Casamento, mais conhecida pelo sitcom Mike & Molly – é um talento nato dentro do humor norte-americano, mas aqui não tinha com o que trabalhar.
O mesmo serve para Jason Bateman. O fato de Sandy se enquadrar nas características de personagem padrão de Bateman – o cara certinho, com quem tudo dá errado (vide Michael Bluth de Arrested Development e Nick Hendricks de Quero Matar Meu Chefe) – não melhora ou facilita a narrativa. Assim como McCarthy, o ator ficou à mercê de um roteiro pobre e sem graça.
Os pouquíssimos momentos engraçados – e o que dá ao filme a pouca vivacidade que ele tem – são nas cenas em que Eric Stonestreet aparece. O ator surpreende na pele do caipira machão Big Chuck. Uma pena que a junção entre Stonestreet e McCarthy tenha se dado nesse contexto, visto que nos breves momentos em que apareceram juntos, os dois provaram ter química e muita risada para oferecer.
Talvez Seth Gordon ainda esteja se encontrando como diretor e entendendo o tipo de equipe e roteiro com os quais trabalha melhor. Por enquanto, Uma Ladra Sem Limites não funciona. Nem mesmo como fonte de entretenimento.