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Hélio Cìcero no papel de Hartwig e a sombra de Lígia Cortez, como Éllida
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Até dia 7 de julho, está em cartaz no SESC Pinheiros a versão de A Dama do Mar, de Henrik Ibsen, adaptada por Susan Sontag e dirigida por Robert Wilson. Todos os nomes envolvidos no projeto são de peso: o norueguês Ibsen é considerado “o pai do realismo” e um dos dramaturgos mais importantes do mundo; Sontag é uma das mais importantes críticas do século XX devido aos seus ensaios provocativos sobre cultura, mídia e direitos humanos; já Wilson é um dos nomes mais importantes do teatro contemporâneo.
Além disso, Giogio Armani assina os figurinos da peça e Michel Galasso, a música. Embora seja a quarta vez que uma peça de Bob Wilson vem ao Brasil, esta é a primeira vez que ele trabalha com atores brasileiros. Lígia Cortez e Ondina Clais Castilho se alternam nos papeis de Éllida e Bollete; Hélio Cícero é Hartwig e Bete Coelho é Hilde.
Neste texto, como no clássico de Ibsen, acompanhamos a infeliz Éllida Wangel, casada com um viúvo pai de duas filhas, que sonha com o mar e com uma antiga paixão com um marinheiro. A adaptação de Susan Sontag traz algumas mudanças – como o final –, mas o que a montagem tem de mais impressionante, entretanto, é a coreografia.
Wilson é conhecido pelo seu estilo visceral de atuação, e em A Dama do Mar não é diferente. O cenário lembra uma obra de arte concretista, baseada em linhas retas, e remete a um cais ou ao deque de um barco, dependendo da luz.
A sensação que o espectador tem ao início do espetáculo é a de ter entrado em um outro mundo, onde criaturas vestidas de preto e maquiadas de branco se mexem pouco, atuando praticamente só com o rosto e a voz. Os atores, a luz e o som parecem estar em perfeita sincronia, e o movimento brusco de um dos elementos representa a mudança rápida dos outros dois conjuntamente.
É curioso ver a obra do “pai do realismo” representada desta forma tão distante de qualquer coisa que pareça “real”. Curioso e francamente impressionante.
Esta estranheza também se reflete no trabalho vocal dos atores, que geralmente falam de forma muito lenta e outra vão à franca histeria – ambas as modalidades muito pouco naturais. O estilo de Wilson é forte e provavelmente não agradará a todos os públicos. Mas vale a pena, com certeza, ao menos passar para conhecer.
Até dia 7 de julho, está em cartaz no SESC Pinheiros a versão de A Dama do Mar, de Henrik Ibsen, adaptada por Susan Sontag e dirigida por Robert Wilson. Todos os nomes envolvidos no projeto são de peso: o norueguês Ibsen é considerado “o pai do realismo” e um dos dramaturgos mais importantes do mundo; Sontag é uma das mais importantes críticas do século XX devido aos seus ensaios provocativos sobre cultura, mídia e direitos humanos; já Wilson é um dos nomes mais importantes do teatro contemporâneo.
Além disso, Giogio Armani assina os figurinos da peça e Michel Galasso, a música. Embora seja a quarta vez que uma peça de Bob Wilson vem ao Brasil, esta é a primeira vez que ele trabalha com atores brasileiros. Lígia Cortez e Ondina Clais Castilho se alternam nos papeis de Éllida e Bollete; Hélio Cícero é Hartwig e Bete Coelho é Hilde.
Neste texto, como no clássico de Ibsen, acompanhamos a infeliz Éllida Wangel, casada com um viúvo pai de duas filhas, que sonha com o mar e com uma antiga paixão com um marinheiro. A adaptação de Susan Sontag traz algumas mudanças – como o final –, mas o que a montagem tem de mais impressionante, entretanto, é a coreografia.
Wilson é conhecido pelo seu estilo visceral de atuação, e em A Dama do Mar não é diferente. O cenário lembra uma obra de arte concretista, baseada em linhas retas, e remete a um cais ou ao deque de um barco, dependendo da luz.
A sensação que o espectador tem ao início do espetáculo é a de ter entrado em um outro mundo, onde criaturas vestidas de preto e maquiadas de branco se mexem pouco, atuando praticamente só com o rosto e a voz. Os atores, a luz e o som parecem estar em perfeita sincronia, e o movimento brusco de um dos elementos representa a mudança rápida dos outros dois conjuntamente.
É curioso ver a obra do “pai do realismo” representada desta forma tão distante de qualquer coisa que pareça “real”. Curioso e francamente impressionante.
Esta estranheza também se reflete no trabalho vocal dos atores, que geralmente falam de forma muito lenta e outra vão à franca histeria – ambas as modalidades muito pouco naturais. O estilo de Wilson é forte e provavelmente não agradará a todos os públicos. Mas vale a pena, com certeza, ao menos passar para conhecer.