Desde adolescente, a casperiana Talita sempre superou seus limites e, hoje, aos 30 anos, mudou a rota de sua vida profissional para trabalhar por um propósito
Jovem interiorana de 17 anos. Filha de advogados e neta de político. Tinha seu futuro traçado e garantido na cidade de Araçatuba. Mas quem disse que o caminho mais fácil é o melhor? Talita Campoi Marinho nunca ficou na zona de conforto. Tinha o sonho de ser comunicadora e abandonou as origens para alcançá-lo. Embora tenha herdado muitas características de seus familiares, tomou um rumo diferente do esperado.
A sagitariana deixou o interior e arriscou morar sozinha na selva de pedra, mais conhecida como a grande São Paulo. Talita veio em busca de um sonho: estudar na melhor faculdade de comunicação do Brasil, a Faculdade Cásper Líbero. Após duas tentativas de passar no vestibular, a terceira vez foi certeira. Entrou no curso de Relações Públicas e em seu terceiro ano de graduação ingressou no mercado de trabalho, estagiando na multinacional Unilever. Além da sorte profissional ter sorrido para Talita no mundo corporativo, o coração também foi atendido: foi nessa empresa que conheceu o marido, Daniel.
Mesmo longe de casa, Talita sempre manteve os laços familiares. Ela se considera uma fusão de diversas culturas que constituem sua personalidade: herdou de sua avó japonesa a disciplina e a arte; de seu avô advogado, a justiça e a ética; de seu avô turco e político, a arte de persuasão e a oratória, e de sua avó espanhola, a espiritualidade e o amor pela família. O quarteto fantástico, carinhosamente intitulado por ela, participam ativamente de sua vida até hoje. Por ser muito apegada a sua família, todos esses fatores ajudaram a compor seu caráter e a motivaram a sempre se desafiar, buscando ultrapassar seus limites.
Talita deixou pegadas no mundo corporativo, passando por grandes empresas. Além disso, a jovem deu vida à sua agência experimental da faculdade, a Feeling, por meio da qual, posteriormente, atendeu grandes marcas, assessorou a carreira de bailarina de sua própria mãe e repaginou a marca da empresa de seu pai. Hiperativa e inquieta, Talita não parou por aí: pratica diversos esportes como tênis, tambor a cavalo, yoga, stand up paddle e wakeboard. Em paralelo à sua vida profissional, procurou investir ainda em cursos de autoconhecimento.
Aos 25 anos, com seu jeito livre e independente, quebrou paradigmas familiares ao viajar com Daniel para as Ilhas Maldivas, onde se casaram sem aviso prévio, somente os dois, sem convidados. Apaixonada por ele até hoje, além de um casal, são sócios na vida e no trabalho.
Em uma noite depois do Natal, Talita estava assistindo ao programa Cidades e Soluções da GloboNews com Daniel e se deparou com uma notícia que chamou sua atenção. A reportagem se referia ao movimento de urban farming no mundo. A partir daí, Talita e seu marido fizeram um tour pela Europa para explorar o assunto. E foi na Suíça que conheceram a UrbanFarmers, uma empresa de fazendas urbanas que utiliza a técnica inca conhecida como aquaponia, produzindo vegetais e peixes livres de agrotóxicos e hormônios. Amante da natureza e antenada às inovações e tendências, Talita se envolveu completamente com a iniciativa e, juntamente com seu marido, voltou sua carreira para outra vertente: deixou de ser funcionária para ser empreendedora e cofundadora da UrbanFarmers no Brasil. Entretanto, não abandonou sua profissão, atuando mutuamente com sua agência de Relações Públicas para desenvolver o plano de comunicação da UrbanFarmers Brasil. “Ser RP me trouxe a visão de ser empreendedora, vendedora e apaixonada por fazer a diferença”, afirma Talita.
Tendo como lema de vida a frase “Just believe in your dreams” (Apenas acredite em seus sonhos), Talita mergulhou de cabeça para conquistar seus objetivos. “Não vou negar que não tive medo, mas posso dizer que valeu a pena arriscar porque sinto que hoje trabalho por um propósito”, diz ela. A jovem pode ser vista como um exemplo de coragem e perseverança e, ainda, uma inspiração, tanto como pessoa quanto como profissional.
Talita Campoi Marinho, a menina do interior que largou as tradições da família para estudar comunicação, trabalhou em grandes e diversas empresas, abriu sua própria agência e, hoje, se prepara para ser fazendeira na cidade grande, acredita que tem muito para percorrer, mas, parafraseando Cazuza, quem tem um sonho não dança!