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Robert Smith durante show
Crédito: Flavio Moares/G1

 

No dia 6 de Abril de 2013, um sábado de clima agradável, a banda gótica dos anos 80 The Cure se apresentou na Arena Anhembi, em São Paulo. O grupo realizou um show de aproximadamente 3 horas meia, com pouca interação com a plateia – o que já é característica. Tocando um total de 40 músicas que iam desde seus hits mais conhecidos, como Boys Don’t Cry e Friday I’m In Love, até algumas de suas músicas mais instrumentais, satisfazendo todo o tipo de fã presente.

A organização do show foi eficiente. Não houve tumultos e não foi relatado um número significativo de furtos. A parte negativa se atribuiu à educação do próprio público, que parecia desconhecer a existência de latas de lixo, deixando copos e latas no chão, o que atrapalhou o movimento no final do show, sendo impossível caminhar ao longo da pista sem chutar algumas dezenas de latinhas de cerveja.

Houve duas bandas de abertura, escolhidas pelo próprio vocalista Robert Smith. A primeira, Lautmusik, banda de Porto Alegre influenciada claramente influenciada pelo pós-punk e os Yeah Yeah Yeahs, que falhou em interagir com o público: entraram e saíram em silêncio, sem apresentações ou agradecimentos, apenas com a música. A vocalista definitivamente não tinha presença de palco, e parecia fazer o show apenas para ela mesma. Parte do problema também foi a falta de equalização dos instrumentos. Além disso, era difícil reconhecer uma melodia marcante nas músicas, já que pareciam ser quase iguais.

Após uma longa pausa, subiu ao palco a segunda banda de introdução, chamada Herod Layne e formada por quatro integrantes. A apresentação foi totalmente instrumental. O grupo mostrou um pouco mais simpatia com o público, e demonstraram a excitação de abrir um show de uma banda de grande porte como o The Cure. O show de luzes conversava com o som instrumental, tornando o concerto mais interessante. Mesmo assim, os espectadores ficaram divididos, pois alguns aplaudiram enquanto outros vaiaram ou simplesmente reclamaram da demora da atração principal.

Às 20 horas, iniciou-se finalmente o show da banda britânica. O inicio deu-se com uma breve introdução instrumental, seguida pela primeira música, High. Logo de cara, nota-se um Robert Smith cujo físico envelheceu mas o talento não. Tanto ele quanto o resto da banda mantiveram-se fieis às gravações de estúdio, sendo um show muito agradável aos ouvidos, como se percebe nas músicas que possuem instrumentos alternativos a um show de rock, como os strings em Lullaby e o instrumento de sopro em Close To Me. Na primeira parte do show, tocaram alguns hits. Porém, estes logo foram substituídos por algumas canções menos conhecidas, que fizeram a alegria dos fãs mais antigos e fiéis, que eram acompanhadas por imagens que sincronizavam com o som. Tais canções eram repletas de solos instrumentais, o que fez o público se acalmar, após um momento de histeria com os singles Lovesong, In Between Days, Just Like Heaven e Pictures Of You. A histeria foi retomada após o segundo bis, quando foram tocados mais sucessos da banda: entre eles, sua música mais conhecida, Boys Don’t Cry.

Após a música, muitas pessoas começaram a se retirar do local, sem esperar o fechamento com Killing An Arab. Após aplausos que pareciam eternos, o líder da banda agradeceu de uma ponta a outra do palco, com as mãos no coração, e disse “see you soon” (“vejo vocês em breve”), deixando no público a esperança.