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Foto: Michel Filho/O Globo

 

Lançamento de Dez anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma teve também a presença do organizador da obra, Emir Sader, e Marcio Poschmann
Por Gabriel Fabri
“Não desanimem nunca da política”. Essa foi a principal mensagem deixada por Luis Inácio Lula da Silva no debate de balanço da década de governos petistas, na ocasião do lançamento do livro Dez anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, da Boitempo Editorial. “Quando tudo parecer difícil, pense: aquele político que a imprensa finge que existe, mas não existe, quem sabe esteja dentro de vocês. Vá lá e faça!”, declarou. Na ocasião, Lula dividiu as atenções com Emir Sader, organizador do livro; Marilena Chauí e Marcio Poschmann. 
Em determinado momento do debate, Lula afirmou: “eu tenho orgulho de dizer cada coisa que fiz e cada coisa que não fiz”. Foi nesse clima de celebração, de olhar para trás e refletir, que ocorreu o debate e a organização do livro. Além de incluir uma entrevista com o ex-Presidente, é composto por 21 análises de diversos teóricos, cada um analisando um tema diferente. O livro estará disponível em breve para download gratuito na internet.
O ex-Presidente Lula apontou um “ódio de classe” em relação a ele, desencadeado pelo sucesso de seu governo. Se ele fracassasse, supôs, “falariam bem de mim. Coitadinho do operário, chegou lá, mas ele não tem culpa, ele não estava preparado. Agora, quando nós começamos a fazer sucesso é que inspirou o ódio”. “Digo todo dia que se alguém perguntasse qual o legado mais importante que deixei para o País, não falaria do Prouni, do Bolsa Família, do PAC 1, do PAC 2 e da eleição da Dilma. O grande legado é que eu mostrei que é possível um governante governar de forma republicana, sem odiar aqueles que lhe odiaram”, conclui.
Sobre seus críticos, Lula alfinetou a imprensa, em especial: “Imagina o investidor que chega de Londres ao Brasil e vê o Globo, a Folha, a Veja, a Época… ele sai correndo. Parece que o país acabou!”.  Ele acrescenta: supondo que tudo o que ocorreu de bom nessa última década foi apenas “sorte”, “então não vote em ninguém que não tenha sorte”. Também criticou seus antecessores, indiretamente, ao explicar porque não escrevia um livro: “nenhum presidente pode escrever um livro de verdade”, pois daria apenas um recorte individual do que foi o governo.
Entre os teóricos, a filósofa Marilena Chauí foi quem mais animou a plateia. Ela desenvolveu seu raciocínio sobre o que considera a “revolução social no Brasil”, citando três exemplos: a mudança estrutural decorrente do efeito do Bolsa Família para as mulheres (o que nem “seis décadas de feminismo no mundo inteiro não fizeram”); o ProUni, atrelado ao ENEM e à política de cotas; e a formação de uma nova classe trabalhadora. 
A filósofa rejeita a ideia de que se formou uma nova classe média. Para ela, o que aconteceu foi a formação de uma nova classe trabalhadora, fruto das políticas econômicas anti-neoliberais e nascida no interior da fragmentação do neoliberalismo. Ela explica que o que define uma classe é a maneira com a qual ela se insere em relação aos meios de produção e de fato ocorreu não uma mudança nessa relação, mas sim uma conquista de direitos.
Foi ovacionada quando afirmou o motivo para insistir tanto no assunto: “eu me recuso admitir que os trabalhadores, depois de tantos anos de luta, tenham se tornado classe média. Porque eu odeio a classe média”. Ela diz, exaltada: “eu odeio a classe média”. “A classe média é a estupidez”, “é uma abominação política, porque é fascista. É uma abominação ética, porque é violenta. E é uma abominação cognitiva, porque é ignorante”.
O economista Marcio Porschmann também expôs sua análise sobre a última década, e ressaltou a “inversão de prioridades” ocorrida nesse período. A história de esperar o bolo crescer para distribuir caiu por terra e agora a ideia é “começar distribuindo para crescer”. Ele concluiu que “o povo não quer mais ser liderado. Ele quer liderar um novo projeto de desenvolvimento”.
Já Emir Sader iniciou a noite argumentando que o Brasil não é mais um país de “milhões de inempregáveis”, como uma vez declarou o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sader afirmou que “o Brasil mudou muito e mudou num mundo conservador”, onde a América Latina foi a principal vítima das políticas mundiais, em especial o neoliberalismo. Diminuindo a miséria, a pobreza, Sader considera que “o Brasil virou uma página que não voltará mais” e foi ovacionado ao dizer que teremos mais uma década de governos pós-neoliberais (como denomina os governos do PT). Ele ainda questionou porque o governo anterior, composto por vários intelectuais, não montou um balanço próprio: “tem vergonha do que fizeram”, afirmou com convicção.

“Não desanimem nunca da política”. Essa foi a principal mensagem deixada por Luis Inácio Lula da Silva no debate de balanço da década de governos petistas, na ocasião do lançamento do livro Dez anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, da Boitempo Editorial. “Quando tudo parecer difícil, pense: aquele político que a imprensa finge que existe, mas não existe, quem sabe esteja dentro de vocês. Vá lá e faça!”, declarou. Na ocasião, Lula dividiu as atenções com Emir Sader, organizador do livro; Marilena Chauí e Marcio Pochmann. 

Em determinado momento do debate, Lula afirmou: “eu tenho orgulho de dizer cada coisa que fiz e cada coisa que não fiz”. Foi nesse clima de celebração, de olhar para trás e refletir, que ocorreu o debate e a organização do livro. Além de incluir uma entrevista com o ex-Presidente, é composto por 21 análises de diversos teóricos, cada um analisando um tema diferente. O livro estará disponível em breve para download gratuito na internet.

O ex-Presidente Lula apontou um “ódio de classe” em relação a ele, desencadeado pelo sucesso de seu governo. Se ele fracassasse, supôs, “falariam bem de mim. Coitadinho do operário, chegou lá, mas ele não tem culpa, ele não estava preparado. Agora, quando nós começamos a fazer sucesso é que inspirou o ódio”. “Digo todo dia que se alguém perguntasse qual o legado mais importante que deixei para o País, não falaria do Prouni, do Bolsa Família, do PAC 1, do PAC 2 e da eleição da Dilma. O grande legado é que eu mostrei que é possível um governante governar de forma republicana, sem odiar aqueles que lhe odiaram”, conclui.

Sobre seus críticos, Lula alfinetou a imprensa, em especial: “Imagina o investidor que chega de Londres ao Brasil e vê o Globo, a Folha, a Veja, a Época… ele sai correndo. Parece que o país acabou!”.  Ele acrescenta: supondo que tudo o que ocorreu de bom nessa última década foi apenas “sorte”, “então não vote em ninguém que não tenha sorte”. Também criticou seus antecessores, indiretamente, ao explicar porque não escrevia um livro: “nenhum presidente pode escrever um livro de verdade”, pois daria apenas um recorte individual do que foi o governo.

Entre os teóricos, a filósofa Marilena Chauí foi quem mais animou a plateia. Ela desenvolveu seu raciocínio sobre o que considera a “revolução social no Brasil”, citando três exemplos: a mudança estrutural decorrente do efeito do Bolsa Família para as mulheres (o que nem “seis décadas de feminismo no mundo inteiro não fizeram”); o ProUni, atrelado ao ENEM e à política de cotas; e a formação de uma nova classe trabalhadora. 

A filósofa rejeita a ideia de que se formou uma nova classe média. Para ela, o que aconteceu foi a formação de uma nova classe trabalhadora, fruto das políticas econômicas anti-neoliberais e nascida no interior da fragmentação do neoliberalismo. Ela explica que o que define uma classe é a maneira com a qual ela se insere em relação aos meios de produção e de fato ocorreu não uma mudança nessa relação, mas sim uma conquista de direitos.

Foi ovacionada quando afirmou o motivo para insistir tanto no assunto: “eu me recuso admitir que os trabalhadores, depois de tantos anos de luta, tenham se tornado classe média”. Ela diz, exaltada: “eu odeio a classe média”. “A classe média é a estupidez”, “é uma abominação política, porque é fascista. É uma abominação ética, porque é violenta. E é uma abominação cognitiva, porque é ignorante”.

O economista Marcio Pochmann também expôs sua análise sobre a última década, e ressaltou a “inversão de prioridades” ocorrida nesse período. A história de esperar o bolo crescer para distribuir caiu por terra e agora a ideia é “começar distribuindo para crescer”. Ele concluiu que “o povo não quer mais ser liderado. Ele quer liderar um novo projeto de desenvolvimento”.

Já Emir Sader iniciou a noite argumentando que o Brasil não é mais um país de “milhões de inempregáveis”, como uma vez declarou o então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sader afirmou que “o Brasil mudou muito e mudou num mundo conservador”, onde a América Latina foi a principal vítima das políticas mundiais, em especial o neoliberalismo. Diminuindo a miséria, a pobreza, Sader considera que “o Brasil virou uma página que não voltará mais” e foi ovacionado ao dizer que teremos mais uma década de governos pós-neoliberais (como denomina os governos do PT). Ele ainda questionou porque o governo anterior, composto por vários intelectuais, não montou um balanço próprio: “tem vergonha do que fizeram”, afirmou com convicção.