Crédito: divulgação
Há quem ainda se surpreenda quando ouve dizer que existem grupos de pessoas sérias produzindo arte sob um viés alternativo, ousado e sem vínculos corporativos. A surpresa pode ser ainda maior se este grupo for de Pouso Alegre, cidade localizada ao sul de Minas Gerais. Nesta nova fase de releituras e concepções musicais está Rafael Miranda: músico, compositor e produtor que acaba de lançar dois EPs, gravados no estúdio de sua própria casa.
O primeiro – intitulado Carpindo -, conta com quatro faixas instrumentais que foram preparadas entre o final de 2012 e o início de 2013. As músicas simplesmente tomam corpo ao longo do EP. Uma estreita comunicabilidade entre a sequência de faixas permitiu que as composições soassem como uma agradável história de percepções sonoras contada diretamente a quem se propõe a perceber os minuciosos detalhes da obra. A escolha pelo instrumental permitiu que o músico explorasse diversas texturas musicais de maneira livre e espontânea, equilibrando as melodias e criando uma harmonia muito característica e presente ao longo das faixas. Violão e guitarra dialogam perfeitamente com o compasso da bateria – uma das grandes peculiaridades do EP – , e a sutileza de algumas nuances com o sintetizador criam um clima discreto, mas muito perceptível ao decorrer do tempo.
A segunda produção Movimento Peristáltico do Esplanada, feita com hiato de quatro meses em relação à primeira, dá continuidade ao estilo do músico. Aqui, ele reafirma outras tendências que contribuíram para o trabalho como um todo. Os teclados e sintetizadores estão mais presentes e intensos, trabalhados em afinações e efeitos que caracterizam as faixas e as tornaram muito dóceis aos ouvidos. Rafael também teve a colaboração de seu irmão, o também compositor Paulo Miranda, letrista na primeira faixa Tanto de Coisa.
A característica comum aos dois EPs é o não temor em experimentar. A tendência em desconstruir concepções musicais vistas como modelo é o ponto principal dos trabalhos. Os diálogos com a arte de vanguarda tornam as obras concretas, palpáveis, mas ao mesmo tempo sugestivas. Não existe um segmento linear que possa definir ou taxar as tendências que as composições tomam ao longo do material. Melodias inusitadas e tempos quebrados marcam algumas passagens com veemência. O músico conta sobre a produção dos EPs: “As ideias foram surgindo e tudo começou a fluir de maneira espontânea e despretensiosa. Percebi que já possuía algumas composições que gostava bastante e resolvi separá-las para lançar em algum formato. Bebi muito da fonte do Gastr Del Sol, do Brian Eno e do Sun City Girls. Como abro espaço sempre ao experimentalismo, o resto aconteceu naturalmente. Não bastava apenas gravar, eu tinha que inventar toda a história.”
O próximo passo deve ser o lançamento em vinil de seu material com o PUMU, dueto composto por ele e seu irmão.
Aqui(http://rafamiranda.bandcamp.com/) você confere, na íntegra, os dois Eps do músico, podendo baixa-los.
Há quem ainda se surpreenda quando ouve dizer que existem grupos de pessoas sérias produzindo arte sob um viés alternativo, ousado e sem vínculos corporativos. A surpresa pode ser ainda maior se este grupo for de Pouso Alegre, cidade localizada ao sul de Minas Gerais. Nesta nova fase de releituras e concepções musicais está Rafael Miranda: músico, compositor e produtor que acaba de lançar dois EPs, gravados no estúdio de sua própria casa.
O primeiro – intitulado Carpindo -, conta com quatro faixas instrumentais que foram preparadas entre o final de 2012 e o início de 2013. As músicas simplesmente tomam corpo ao longo do EP. Uma estreita comunicabilidade entre a sequência de faixas permitiu que as composições soassem como uma agradável história de percepções sonoras contada diretamente a quem se propõe a perceber os minuciosos detalhes da obra. A escolha pelo instrumental permitiu que o músico explorasse diversas texturas musicais de maneira livre e espontânea, equilibrando as melodias e criando uma harmonia muito característica e presente ao longo das faixas. Violão e guitarra dialogam perfeitamente com o compasso da bateria – uma das grandes peculiaridades do EP -, e a sutileza de algumas nuances com o sintetizador criam um clima discreto, mas muito perceptível ao decorrer do tempo.
A segunda produção Movimento Peristáltico do Esplanada, feita com hiato de quatro meses em relação à primeira, dá continuidade ao estilo do músico. Aqui, ele reafirma outras tendências que contribuíram para o trabalho como um todo. Os teclados e sintetizadores estão mais presentes e intensos, trabalhados em afinações e efeitos que caracterizam as faixas e as tornaram muito dóceis aos ouvidos. Rafael também teve a colaboração de seu irmão, o também compositor Paulo Miranda, letrista na primeira faixa Tanto de Coisa.
A característica comum aos dois EPs é o não temor em experimentar. A tendência em desconstruir concepções musicais vistas como modelo é o ponto principal dos trabalhos. Os diálogos com a arte de vanguarda tornam as obras concretas, palpáveis, mas ao mesmo tempo sugestivas. Não existe um segmento linear que possa definir ou taxar as tendências que as composições tomam ao longo do material. Melodias inusitadas e tempos quebrados marcam algumas passagens com veemência. O músico conta sobre a produção dos EPs: “As ideias foram surgindo e tudo começou a fluir de maneira espontânea e despretensiosa. Percebi que já possuía algumas composições que gostava bastante e resolvi separá-las para lançar em algum formato. Bebi muito da fonte do Gastr Del Sol, do Brian Eno e do Sun City Girls. Como abro espaço sempre ao experimentalismo, o resto aconteceu naturalmente. Não bastava apenas gravar, eu tinha que inventar toda a história.”
O próximo passo deve ser o lançamento em vinil de seu material com o PUMU, dueto composto por ele e seu irmão.
Aqui você confere, na íntegra, os dois EPs do músico.