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No dia 11 de setembro de 2001, quatro ataques coordenados pela organização terrorista Al Qaeda foram lançados em Nova York e Washington. Dois aviões de passageiros foram sequestrados e jogados contra o World Trade Center enquanto um terceiro colidiu com o Pentágono. Um quarto não atingiu seu alvo, caindo na Pensilvânia a caminho da Casa Branca.

Dez anos depois depois, o então líder da organização terrorista e coordenador dos ataques que mudaram a face da estrutura social ocidental no século XXI, Osama Bin Laden, foi morto numa operação realizada no dia 2 de maio de 2011 pela unidade de operações táticas SEAL, no Paquistão.

A Hora Mais Escura, o novo filme da cineasta vencedora do Oscar, Katheryn Bigelow, procura trazer uma representação realista dos eventos que resultaram na morte do homem mais procurado do mundo e a investigação de quase uma década que levou à descoberta de seu paradeiro. Jessica Chastain interpreta Maya, uma agente secreta da CIA que lidera a investigação sobre Bin Laden.

Seguindo seu filme sobre um homem que desarmava bombas no Iraque (Guerra ao Terror), Bigelow, que agora começa a se consolidar como uma das mais importantes cineastas políticas de sua geração, traz às telas uma obra repleta de polêmica.

A Hora mais Escura é, primeiramente, um filme que trata dos assuntos de 11 de setembro, mas não é o melhor. Do documentário Fahrenheit 9/11 de Michael Moore, ao drama de suspense Vôo United 93 do inglês Paul Greengrass, este tema já foi abordado e tratado de maneiras melhores. Especialmente no filme de Greengrass, que supera seu aspecto anticapitalista para capitanear um dos suspenses mais realistas dos últimos dez anos. 

Também é um filme mergulhado na desilusão Obama. Mas esse tema também já teve melhor tratamento, principalmente em Tudo Pelo Poder, do diretor e ator George Clooney.

A Hora mais Escura não é um documentário. Seu estilo de filmagem hiper-realista, no entanto, não permite que ele se destaque como a obra cinematográfica que Syriana, por exemplo, foi. As boas atuações por parte do extenso e competente elenco se perdem em um roteiro confuso e uma edição bagunçada.

São poucos os diretores que conseguem conduzir um emaranhado de tramas tão longo e complexo quanto o que Mark Boal escreveu para este filme.  David Fincher (Zodíaco) e Michael Mann (O Informante) são cineastas mais inteligentes e capazes de dar ritmo a uma narrativa como esta. Bigelow, no entanto, que se destacou como uma das poucas cineastas mulheres de nossa época que filma ação, é uma diretora medíocre.

Obra mais bem resenhada em 2012 pela crítica norte-americana, A Hora mais Escura decepciona como filme, mas provoca pelo seu contexto político e histórico. Possui qualidades, como a ótima atuação de Jessica Chastain no papel principal e a eficiente trilha sonora de Alexandre Desplat, fora outros aspectos técnicos.  Ele não é entretenimento e provavelmente não foi desenhado para ser. Mas traz uma percepção cruel de um mundo em transformação, especialmente nos olhos de Chastain, na cena final, que levanta um questionamento importante: a vingança foi realizada. E agora?