Entra e sai moda, alguns artistas da nossa MPB conseguem se consagrar ainda mais. Podem não estar nas grandes emissoras de rádio e TV, mas ainda se reinventam – aprimorando ainda mais seus trabalhos e enriquecendo suamúsica. O que nós vemos, muitas vezes, são esses artistas que, já notáveis, estancam em um disco de sucesso, deixando um gosto de “quero mais”.
Continuam lotando shows – mesmo com preços astronômicos – com suas músicas “antigas”. Porém, o final de 2012 e começo de 2013 parece ter mudado essa situação. Pipocaram CDs dos mais célebres artistas da nossa música popular brasileira.
Djavan – “Rua dos Amores”
Não, ele não gravou Se mais uma vez. O cantor buscou originalidade, mas continua com a sua típica levada. Depois de cinco anos sem nada inédito, ele lança um álbum só com canções sobre amor – encontros, desencontros, ilusões e desilusões. Djavan é quem assina a autoria e arranjos de todos os títulos – variando entre o estilo já conhecido e alguma pitada de novo. Vale dar a conferida nas músicas Rua dos Amores e Pode Esquecer.
Maria Rita – “Redescobrir”
Depois de uma forte resistência aos comentários eu a comparavam à mãe, Elis Regina, Maria Rita se entregou a todos os rótulos que eram postos nela e não se envergonha da sua genética. Não há de se negar que, no primeiro momento, a semelhança é gritante. Mas, depois ouvir pela segunda ou terceira vez, é possível enxergar a nova modelagem emocional que Maria Rita faz – talvez pela sua maturidade artística e sua demonstrável emoção nos palcos. Em sua longa extensão (é composto por 2 CDs), o álbum, para não assustar os fãs de Elis, faz fidelidade às músicas originais. Para os jovens, é um belo conhecimento histórico da nossa MPB. Esse vale para ter guardado na estante.
Caetano Veloso – “Abraçaço”
Diferente daquele Caetano que todos conhecem, o cantor traz para o seu novo CD um som que soa experimental. Contando com uma parceria com a banda Cê, ele não se desfaz daquele seu violão clássico, mas insere arranjos que podem parecer estranhos e intensos para a maior parte dos fãs e admiradores. O 49º álbum da carreira vem com 11 faixas, sendo 9 com letra e composição do próprio Veloso, cheias de pensamentos filosóficos que não deixam esqueces aquele utopista da cultura brasileira. Para quem está habituado a escutá-lo, é preciso ouvir repetidas vezes para se acostumar com o som e, realmente, gostar do CD.
Gal Costa – “Recanto Ao Vivo”
Seguindo a linha do novo álbum de Caetano Veloso, Gal Costa usa e abusa de experiências sonoras em todas as faixas de “Recanto Ao Vivo”. Não à toa, o cantor foi o que dirigiu o show e deu alguns palpites no CD. Com incríveis 23 faixas, todas podem soar novas. Entretanto, há clássicos como Vapor Barato e Um dia de domingo, de Tim Maia – mas com novas modelagens. Essa mudança não fica muito estranha para os seus admiradores, já que a cantora está em constante mutação – e sempre sem perder sua genialidade.