Aaron Sarkin é um conhecido roteirista do cinema e de séries. Ele foi o criador da premiada The West Wing, que chegou a ganhar 9 Emmys em uma única temporada, além de contribuir para a grande Hollywood em filmes como A Rede Social e Moneyball – O Homem que Mudou o Jogo.
Aaron procura sempre mostrar como funcionam os bastidores, o famoso “por trás das câmeras”, que poucos veem e ninguém fica sabendo. Sua mais nova criação é a série The Newsroom, que mostra o dia a dia de um canal pago de notícias, tendo como âncora do jornal mais importante da emissora, o republicano Will McAvoy (Jeff Daniels).
Depois de se envolver em uma polêmica resposta sobre a situação da política atual dos Estados Unidos, Will se vê perdido e sem equipe para trabalhar. Seu chefe, Charlie Skinner (Sam Waterston), decide contratar a produtora – e ex-namorada de Will – Mackenzie McHale (Emily Mortimer) para, então, criar um projeto novo que privilegie o jornalismo em vez da audiência.
A redação do jornal é retratada de forma precisa, mas absolutamente romântica. Todo jornalista gostaria de trabalhar naquele lugar: as pessoas são inteligentes, rápidas, eficientes, procuram a justiça e, por fim, querem mudar o mundo. E tudo isso é maquiado pelas relações pessoais, seja por um romance impossível entre dois pobres jornalistas (Jim Harper e Maggie Jordan, interpretados, respectivamente, por John Gallagher Jr. e Alison Pill) ou até por um crime relacionado ao presidente da emissora.
Estão na moda séries que primam por seus textos rápidos e inteligentes, como House of Cards e Mad Men. The Newsroom não foge da raia e procura, com notícias reais, criar os assuntos em destaque no fictício noticiário televisivo.
São abordados temas como o TeaParty (política fiscal conservadora que condena diversas leis federais, entre elas a do plano de resgate econômico proposto pelo presidente Barack Obama) e a morte de Osama Bin Laden, sempre com alto teor crítico.
A boa trilha sonora também é destaque da série, especialmente nas cenas entre Will e Mackenzie. Radiohead, Van Morrison, The Who e Elvis Presley são alguns exemplos do que os “falsos” jornalistas ouvem durante o show.
A série é idílica e deixa a grande maioria – pelo menos os que já se formaram – com um gostinho de “Não é nada disso”. E daí? Ela continua sendo excelente. Mesmo não retratando o futuro de todos que trabalham com comunicação, transmite a sensação do que é ser um jornalista. E não é que ela é boa?