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Crédito: Divulgação

 

Santíssima trindade
Livro lançado por professor da Cásper Líbero oferece novas visões sobre a tripla intersecção entre mídia, religião e política
Nesta semana, dia 28 de maio, é lançado The Mediatization of Religion – When Faith Rocks (A Midiatização da Religião – Quando a Fé Arrasa, numa tradução livre), sétimo livro do professor e pesquisador Luís Mauro Sá Martino.
O livro oferece uma análise de questões relacionadas a mídia, religião e política, abordando, como questão central, como a religião pode usar mídia de massa para influenciar as pessoas em um mundo pós-internet. O uso da mídia permite à religião um maior poder de conexão com o indivíduo, mas também aumenta a influência religiosa em questões de ordem pública – o que, em um Estado laico e em uma cultura secular, é bastante delicado.
Conversamos com o professor Luís Mauro Sá Martino a respeito de sua obra.
1. O livro é fruto do seu ano como pesquisador na Universidade de East Anglia, em Norwich?
Sim, é o resultado de algumas das pesquisas que fiz quando estive lá, em 2008. O texto final, no entanto, foi produzido em boa medida entre 2010 e 2012 – foram nove revisões completas ao todo.
 
2. O livro está disponível somente em inglês, mas ele dialoga bastante com a realidade brasileira, citando a eleição de Dilma Rousseff e a Igreja Universal. Existe algum plano de traduzi-lo?
Por enquanto ainda não. A proposta era dialogar com vários casos e isso inclui, certamente, mencionar elementos brasileiros – mas também há casos britânicos, americanos e australianos, por exemplo.
3. O senhor já havia escrito um livro e diversos artigos a respeito da tríade religião, comunicação e mudança social. O que o atrai neste tema? 
A religião é uma questão social muito interessante, sobretudo quando se articula com a mídia e com a política. Essa tripla intersecção sempre me chamou a atenção por conta de sua relevância no debate sobre a democracia atual.
4. O que tem de novo neste trabalho que ainda não tinha sido explorado nos anteriores?
A base conceitual – os autores, as teorias, as ideias – é bem diferente de trabalhos anteriores. Procurei aproveitar o tempo em East Anglia para encontrar alguns caminhos que não conhecia. E os exemplos também – são casos de vários países e contextos culturais diferentes, fruto de uma convivência muito boa, lá e aqui.
5. Não há dúvidas de que o espaço que a religião ocupa numa sociedade muda com o tempo. A mídia em massa contribui para isso de que forma?
Não só as mídias de massa, mas também as mídias digitais e as redes podem contribuir para um possível aumento da presença de elementos religiosos no espaço público. Elas são caminhos para se compartilhar a mensagem religiosa – mas, para isso, exigem que essa mensagem se adapte mais ou menos à linguagem dos meios.
6. O subtítulo do seu livro poderia ser traduzido como “Quando a Fé Arrasa” (“When Faith Rocks”). As igrejas, então, estão se saindo bem em se reconectar com os indivíduos?
Uma das ideias do livro é essa. Para chegar aos indivíduos atualmente, um dos caminhos da mensagem religiosa é adotar, de maneiras diferentes, o estilo dos produtos da mídia laica, isto é, não religiosa. Daí o duplo sentido do subtítulo, o “rocks” enquanto “ter sucesso” mas também como referência ao pop e, por que não, ao estilo musical – afinal, uma história com Paul McCartney abre um dos capítulos.

Nesta semana, dia 28 de maio, é lançado The Mediatization of Religion – When Faith Rocks (A Midiatização da Religião – Quando a Fé Arrasa, numa tradução livre), sétimo livro do professor e pesquisador Luís Mauro Sá Martino.

O livro oferece uma análise de questões relacionadas a mídia, religião e política, abordando, como questão central, como a religião pode usar mídia para influenciar as pessoas em um mundo pós-internet. O uso da mídia permite à religião um maior poder de conexão com o indivíduo, mas também aumenta a influência religiosa em questões de ordem pública – o que, em um Estado laico e em uma cultura secular, é bastante delicado.

Conversamos com o professor Luís Mauro Sá Martino a respeito de sua obra.

 

O livro é fruto do seu ano como pesquisador na Universidade de East Anglia, em Norwich?

Sim, é o resultado de algumas das pesquisas que fiz quando estive lá, em 2008. O texto final, no entanto, foi produzido em boa medida entre 2010 e 2012 – foram nove revisões completas ao todo.

O livro está disponível somente em inglês, mas ele dialoga bastante com a realidade brasileira, citando a eleição de Dilma Rousseff e a Igreja Universal. Existe algum plano de traduzi-lo?

Por enquanto ainda não. A proposta era dialogar com vários casos e isso inclui, certamente, mencionar elementos brasileiros – mas também há casos britânicos, americanos e australianos, por exemplo.

O senhor já havia escrito um livro e diversos artigos a respeito da tríade religião, comunicação e mudança social. O que o atrai neste tema? 

A religião é uma questão social muito interessante, sobretudo quando se articula com a mídia e com a política. Essa tripla intersecção sempre me chamou a atenção por conta de sua relevância no debate sobre a democracia atual.

O que tem de novo neste trabalho que ainda não tinha sido explorado nos anteriores?

A base conceitual – os autores, as teorias, as ideias – é bem diferente de trabalhos anteriores. Procurei aproveitar o tempo em East Anglia para encontrar alguns caminhos que não conhecia. E os exemplos também – são casos de vários países e contextos culturais diferentes, fruto de uma convivência muito boa, lá e aqui.

Não há dúvidas de que o espaço que a religião ocupa numa sociedade muda com o tempo. A mídia em massa contribui para isso de que forma?

Não só as mídias de massa, mas também as mídias digitais e as redes podem contribuir para um possível aumento da presença de elementos religiosos no espaço público. Elas são caminhos para se compartilhar a mensagem religiosa – mas, para isso, exigem que essa mensagem se adapte mais ou menos à linguagem dos meios.

O subtítulo do seu livro poderia ser traduzido como “Quando a Fé Arrasa” (“When Faith Rocks”). As igrejas, então, estão se saindo bem em se reconectar com os indivíduos?

Uma das ideias do livro é essa. Para chegar aos indivíduos atualmente, um dos caminhos da mensagem religiosa é adotar, de maneiras diferentes, o estilo dos produtos da mídia laica, isto é, não religiosa. Daí o duplo sentido do subtítulo, o “rocks” enquanto “ter sucesso” mas também como referência ao pop e, por que não, ao estilo musical – afinal, uma história com Paul McCartney abre um dos capítulos.