Exposição de QR Codes | Foto: Viviane Alvarez

A exposição Flusser e as Dores no Espaço, que acontece até dia 28 de janeiro, é uma grande oportunidade para compreender a abordagem do tcheco-brasileiro Vilém Flusser. A partir de diversas performances e apresentações, são materializas as produções teóricas do filósofo e, a cada dia, um tema diferente é abordado, visto que a programação é variada.

A Profa. Dra. Camila Garcia, pesquisadora e professora na Cásper Líbero, faz parte da curadoria da exposição, junto de Norval Baitello Junior. De acordo com a docente, o intuito da exposição não é popularizar, mas aproximar um pouco mais o filósofo das pessoas de uma forma mais leve.

Camila Garcia, pesquisadora e professora na Cásper Líbero | Foto: Acervo pessoal

Camila é integrante do grupo Arquivo Vilém Flusser São Paulo, que espelhou o material do autor e trouxe para a capital paulistana. São cartas, manuscritos, livros, traduções para outras línguas, entre outros arquivos, presentes na exposição.

“A gente teve que pensar numa exposição mais interativa e eu acho que esse foi o nosso grande ganho, porque no fim, a gente pega o pensamento de um filósofo da imagem, um teórico da comunicação, e transforma o pensamento dele em experiência, tanto em ambientes de instalação de arte, de performance, quanto um ambiente de texto, de entrevistas, palestras que ele deu.” – Camila Garcia, professora e pesquisadora.

A exposição conta com nove ambientes e muitos deles são imersivos, onde são trabalhadas as sensações. São apresentados níveis de profundidade da obra de Flusser, sendo assim, é possível absorver conteúdos densos, assim como somente conhecer os conceitos mais famosos do filósofo. Trazendo temas pertinentes, especialmente na era da tecnologia, o material disponível na exposição permite análises e interpretações sobre o “mundo codificado”:

“Quando você fala do mundo codificado, da imaterialidade das imagens, do mudo das não-coisas – que é um termo que ele usa – […] é a questão do digital: você está ali, mas a tela do celular te leva a tantos outros lugares possíveis que não são palpáveis, que são imateriais. As imagens se formam na tela e se desfazem para formar outras. Isso é a imagem zero-dimensional que o Flusser fala – é o digital.” – Camila Garcia.

Professor José Eugenio de Oliveira Menezes | Foto: Faculdade Cásper Líbero

O Prof. Dr. José Eugenio de Oliveira Menezes, que leciona na graduação e no programa de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero, também participará da exposição.

Ele ministrará uma aula sobre o tema “A mão, o olho, o dedo e a ponta dos dedos” no dia 9/12, às 15h.