INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VESTIBULAR 2024.2 Fechar

Da esquerda para a direita, Patricia Espinosa, secretária-executiva da UNFCCC; Emmanuel Macron, presidente francês; Frank Bainimarama, primeiro-ministro das ilhas de Fiji; Timoci Naulusala, estudante fijiano; e Angela Merkel, chanceler alemã | Foto: Gabriela Belintani

Durante a sessão de alto nível da Conferência do Clima, nesta quarta-feira, 15, em Bonn, Alemanha, momento reservado à fala de chefes de Estado, Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha, e Emmanuel Macron, presidente da França, reiteraram em seus discursos o compromisso com uma política atenta à urgência e gravidade dos impactos provocados pelas mudanças climáticas.

Macron fez questão de mencionar os esforços do seu governo para eliminar, até 2040, a frota de automóveis movidos a gasolina e diesel no país. Com o mesmo olhar para as questões locais, Merkel reforçou a importância de formar uma coalizão para mitigar o uso do carvão na Alemanha, recurso que representa 18% da matriz energética alemã. Essa redução é pauta de ações de grupos ambientalistas, especialmente na capital, Berlim, o que aumenta a pressão sobre a chanceler.

Merkel e Macron viram com otimismo a America’s Pledge, aliança público-privada que despontou para preencher o vazio deixado pelos Estados Unidos. Do lado de fora da conferência, porém, a percepção era de total falta de liderança para atingir os objetivos do Acordo de Paris. Logo pela manhã, um protesto reivindicava menos discurso e mais ações por parte dos governos.

Representantes de organizações como Greenpeace, CAN (Climate Action Network), Care Internacional e Oxfam acompanharam os manifestantes que faziam coro em oposição a Macron. Sandra Des, ativista francesa envolvida com a causa do Gabão, país colonizado pela França, criticou a falta de transparência do líder político do seu país.“Ele deveria falar sobre o que está fazendo [na França]”.

Já Tokase Igatolo Latu, artesã fijiana, valorizou a atuação das duas lideranças europeias. “Não precisamos dos Estados Unidos, nós precisamos da França e da Alemanha, porque eles apoiam Estados como Fiji”. O arquipélago, que fica no Oceano Pacífico, é um dos primeiros a sentir os efeitos do aquecimento global, daí o convite para o país presidir esta 23ª cúpula climática da ONU.

Para países como a Coreia do Sul, Emmanuel Macron e Angela Merkel são personagens essenciais do jogo político-ambiental, sobretudo quando o assunto é orientar as metas domésticas e torná-las palpáveis. É o que avalia o pesquisador sul-coreano, Beomseok Yoon, para quem a definição dos objetivos particulares “é o caminho para brecar as mudanças climáticas extremas”.

Foi durante a abertura da plenária de alto nível da COP23 que Timoci Naulusala, estudante fijiano de sete anos, balizou as negociações, “não é sobre perguntar o que e como deve ser feito, mas sim o que cada um de nós pode fazer”, concluiu.