Uma referência na área, Viviane Mansi propõe uma nova filosofia para a Comunicação Interna, defendendo maior articulação entre as diversas estratégias de comunicação.
Por Guilherme Venaglia, do 2° ano de Jornalismo
Foi lendo a conhecida Revista da Unesp, a Universidade do Estado de São Paulo, publicação voltada à apresentação aos vestibulandos das diversas possibilidades de carreira existentes, que Viviane Mansi, vinda de uma família de carreiras clássicas, optou por Relações Públicas. “Ao ler a descrição da profissão, eu me vi ali”, conta. Mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, é formada em Relações Públicas (2000) pela instituição e pós-graduada em Liderança pela Fundação Dom Cabral e em Negócios pela Fundação Getúlio Vargas.
Sobre sua formação, Mansi afirma ter sentido desde cedo uma sincronia muito grande entre o que aprendia em sala de aula e o que utilizava na sua rotina profissional, fora ter encontrado na Cásper um lugar em que fez muitas das amizades que mantém até hoje. Menos de cinco anos depois de concluído o curso, retornou, em 2005, à Cásper Líbero na condição de professora. Quando entrou, chegou a ser capa de A Imprensa, o house organ da instituição, como a docente mais jovem da Faculdade.
Profissional de sucesso na indústria farmacêutica, onde permaneceu por mais de 14 anos, a docente sentia a falta de um complemento. Ao ingressar no mestrado em 2012, acredita que pôde tomar “consciência de pesquisa” e encontrar essa ligação que buscava entre a teoria e a prática. Defendida em 2014, sua dissertação teve como tema Comunicação, diálogo e compreensão, com orientação do atual coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Cásper Líbero, o Prof. Dimas Künsch. Mansi conta que um dos grandes aspectos positivos do seu mestrado, “foi a identificação com a linha de pesquisa. A vida, às vezes, nos proporciona uma sorte, e a minha foi ter me identificado muito com aquilo que era pesquisado”.
Professora, na graduação em Relações Públicas, da disciplina Gestão da Comunicação Pública, a docente diz que, hoje, incentiva abertamente que seus alunos sigam pelas áreas da pesquisa e da docência. Após fazer a ressalva de que muitos alunos têm de fato um perfil mais mercadológico, não descarta a possibilidade de que estes, como ela, atuem nos dois campos. “É muito interessante, porque eu estou sempre aplicando os resultados das minhas pesquisas na vida profissional e também extraindo dela, onde as imperfeições existem e são mais perceptíveis, novas questões para serem estudadas.” Sobre o que é, para ela, dar aula, a docente diz: “Eu gosto demais, realmente curto muito. Estar em sala de aula me realiza. E tenho me dedicado, tenho feito mais pesquisa para poder dar uma aula cada vez melhor”.
Quanto aos seus próximos passos como pesquisadora, Viviane afirma: “Meu campo vai ser sempre o da Comunicação Organizacional. Eu me dediquei mais tempo recentemente à questão da comunicação entre líderes e empregados. E o Organizacional é um campo muito grande, poderia pesquisá-lo por mais 30 anos e o tema não se esgotaria”. Depois de dois semestres trabalhando com a disciplina Planejamento Estratégico de Comunicação e Relações Públicas, agora a cargo do Prof. Pedro Arthur Nogueira, Viviane Mansi, que recentemente se tornou gerente global de comunicação interna da Votorantim Cimentos, assume no segundo semestre de 2015 uma nova cadeira na pós-graduação, a de Estratégias de Comunicação para Líderes e Empregados, muito próxima do que tem produzido recentemente, a exemplo do livro Comunicação, diálogo e compreensão nas organizações, que lançou em maio de 2015. Considerada uma das maiores referências na área, a docente publicou recentemente um artigo na Harvard Business Review e também foi uma das indicadas ao Prêmio Top Mega Brasil de Comunicação Interna. Além disso, escreve periodicamente no blog Comunicação com Funcionário, que tem a área com assunto principal.
Sobre a disciplina, ela explica que a Comunicação Interna é uma das vertentes mais recentes de atuação do relações-públicas e que, como tal, passa por muitas mudanças naturais em sua consolidação. Uma delas diz respeito à própria nomenclatura. Ao utilizar a expressão “Comunicação para líderes e empregados”, diz considerar outros aspectos externos à empresa, mas que interferem diretamente na Comunicação Interna, como, por exemplo, o engajamento. “Nessa disciplina, falamos de toda uma dimensão de entendimento de cultura organizacional, de conversa, compreensão, para poder criar uma ponte entre o que é necessidade de negócio e o que você comunica para o empregado. Falamos também de diálogo, liderança, entendimento dos fluxos informais de comunicação, porque eles contam para criar esse engajamento. Hoje em dia, temos uma fronteira muito sutil entre o que é interno e o que é externo”.
A filosofia que a professora imprime à nova cadeira é a de que a Comunicação Interna tem que ser articulada com as demais estratégias de comunicação da empresa. Entre as diferenças do trabalho como docente na graduação e na pós-Graduação, ela destaca o ambiente de diálogo, porque “o estudante da especialização já tem uma vivência de mercado e pode trazer essa experiência com mais propriedade para sala de aula”. É com muito trabalho, pesquisa e dedicação que Viviane Mansi consolida-se como profissional de destaque no mercado e na academia.