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Edição nº zero – 2013

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de teatro musical. Suas produções ficam apenas atrás das dos Estados Unidos e da Inglaterra, os maiores centros produtores e criadores do gênero, que teve seu grande estouro em 2001, com a peça Les Misérables, o primeiro musical que recebeu grandes investimentos e que contou com a vinda de produtores estrangeiros para a montagem. Ficou em cartaz por 11 meses e somou um público de 350 mil pessoas.

Poucos sabem, mas o teatro musical há muito faz parte da cultura brasileira. No século XIX, o teatro de revista utilizava ações curtas e sátiras para criticar os costumes da época, atingindo o grande público. Sua principal característica era a intercalação de números musicais entre os esquetes. Na década de 1920 nossas produções começam a receber a influência norte-americana, quando o jazz passa a ser o gênero musical predominante.

O formato de musical que conhecemos hoje, moldado nos padrões da Broadway, chega ao Brasil na década de 1960, com a montagem de Minha querida Lady (My Fair Lady), interpretada por Bibi Ferreira e Paulo Autran. Nessa época, entretanto, os musicais de protesto dominam as temporadas (Opinião, Arena conta Zumbi, Roda Viva), deixando pouco espaço para outros tipos de produção.

Na década de 1980, novas tentativas de trazer a Broadway ao país foram empreendidas, porém nem todas foram bem-sucedidas. Jorge Takla se destaca como o principal nome no gênero, dirigindo versões de A Chorus Line e Cabaret. Marília Pêra participa em 1989 de Elas por Ela, uma homenagem às grandes cantoras brasileiras, iniciando uma fase de musicais de temas brasileiros que se estende pela década de 1990.

O principal motivo pelo qual o gênero não se consolidou no país até o início dos anos 2000 foi a falta de investimentos, de leis de incentivo, de teatros com estrutura adequada e de elencos preparados para interpretar, cantar e dançar ao mesmo tempo. Em 1999, a CIE, atual Time 4 Fun, traz ao Brasil a montagem de Rent, como um teste de público e de investimento para as próximas seguintes que estariam por vir. Victor ou Victoria, dirigida por Jorge Takla, e O Beijo da Mulher Aranha, por Wolf Maya, chamam a atenção do público no ano 2000.

Depois de Les Misérables o gênero só vem crescendo no país. Já foram produzidos A Bela e a Fera, Miss Saigon, A Família Addams, Mamma Mia!, Sweet Charity, A Noviça Rebelde, O Rei e Eu, Avenida Q, Gypsy, Cabaret, Priscilla, a Rainha do Deserto e Hairspray dentre muitos outros. Até hoje, O Fantasma da Ópera, de 2005, foi a produção de maior sucesso, reunindo um público de 800 mil pessoas em um período de cerca de dois anos em cartaz.

Mas as produções brasileiras não foram deixadas para trás. Em 2003, a remontagem da Ópera do Malandro, de Chico Buarque, por Charles Moeller e Claudio Botelho, permaneceu três anos em cartaz, chegando a viajar para Portugal.

Novas produções surgem regularmente e os profissionais da área buscam se especializar cada vez mais. Novos teatros foram construídos e espaços antigos reformados para atender à demanda. Os investimentos no teatro musical são cada vez maiores. Apesar de o gênero estar consolidado no país, iniciativas para a captação de novos públicos ainda são adotadas. No segundo semestre de 2013, A Madrinha Embriagada cumpriu uma longa temporada, gratuita, disposta a atrair novos espectadores para o gênero.

 

 

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