À primeira vista, séries de TV, reality shows e celebridades não têm nada a ver com política. Uma fala de assuntos sérios, outro é para os momentos de descontração. Certo? Na opinião de Angela C. S. Marques, da Universidade Federal de Minas Gerais, e Luís Mauro Sá Martino, da Cásper Líbero, não. É o que argumentam no livro Política, cultura pop e entretenimento, lançado em agosto de 2022. Publicado pela Editora Sulina, o trabalho mostra como a proximidade entre esses três elementos está mudando a maneira como as pessoas entendem e vivem a democracia.
“Cada vez mais o entretenimento ganha traços políticos, ao mesmo tempo em que a política vem aprendendo a falar a linguagem da cultura pop”, explica Martino.
Como exemplos, mostra o quanto as campanhas eleitorais utilizam estratégias semelhantes a dos influenciadores, com o uso de lives e exposição da vida pessoal. Do seu lado, séries de TV, músicas e filmes vem tratando de temas políticos, como questões sociais e de identidade.
“O entretenimento não é só uma forma de falar de temas políticos, também é um jeito de fazer política”, destaca.
Segundo conta, o livro é um projeto que começou ainda em 2009, quando Angela e Luís Mauro trabalhavam juntos na Pós-Graduação da Cásper. A ideia de mostrar a proximidade entre política e entretenimento era mais ou menos dessa época, mas foram necessários mais de dez anos para deixar o livro como eles imaginavam. É o terceiro livro produzido em parceria. Eles publicaram Ética, Mídia e Comunicação pela editora Summus, em 2018, e No Caos da Convivência pela Vozes, em 2020.
Mais informações: https://www.editorasulina.com.br/detalhes.php?id=825.