INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VESTIBULAR 2024.2 Fechar

Rosana Schwartz, Rosa Martins, Simonetta Persichetti e Cláudio Coelho | Crédito: Rosa Maria Martins da Silva

 

Rosa Maria Martins da Silva defendeu sua dissertação Menores estrangeiros não acompanhados: uma análise da representação no fotojornalismo italiano no dia 16 de abril. O objetivo da pesquisa foi investigar como adolescentes em situação de refúgio na Itália eram representados na mídia local. Ao final da defesa, aprovação nota 10 com louvor. A banca foi composta pela Profa. Dra. Simonetta Persichetti (orientadora), pelo Prof. Dr. Cláudio Coelho e pela Profa. Dra. Rosana Schwartz. Conversamos com a mestre para entender como escrever uma dissertação tão bem avaliada.

Rosa não hesita em dizer que é preciso “gostar de estudar”. E muito. Mas segundo ela, a paixão pelo tema é fundamental. “O tema tem que mexer com você e ser como um gás nos seus dias, não pode ser um peso. Tem que ser motivo de alegria, envolvimento, paixão mesmo”. Ela também optou por um tema de relevância social e que está na pauta do dia, “isso me fez estudar com paixão”. Sua dissertação conta a história de diversos menores em situação de refúgio na Itália. Viajando pelas regiões da Sicília, Toscana, Calábria, Lácio e indo até a ilha de Lampedusa, a pesquisadora visitou casas de acolhida, portos e deu voz aos jovens, para que comentassem sobre sua representação na mídia local, fazendo com que suas ideias e trajetórias fossem lidas.

Rosa ao lado da Porta da Europa, em Lampedusa, símbolo da imigração | Crédito: Rosa Maria Martins da Silva

 

A relação de Rosa com a situação de refúgio começou antes do Mestrado, as imigrações africanas, espanholas e indígenas são assuntos que ela conhece bem. “Minha avó saiu de uma tribo indígena e teve que migrar para a sociedade branca”. Tratar do assunto parecia o caminho correto para sua vida e aos 15 anos ingressou em uma congregação para se tornar missionária. “Deixei para trás outros sonhos, porque me senti tocada por Deus, dizendo que Ele está no migrante, no refugiado. Tenho que aproveitar a hora da graça para ajudá-los e a hora da graça pra mim é agora”. Hoje Rosa é da Congregação de Irmãs Missionárias de São Carlos Scalabrinianas, instituição que trabalha com pessoas em situação de migração e refúgio em 27 países. “Procuramos acolhê-las, integrá-las e protegê-las nos lugares em que chegam”. Isso trouxe inspiração – ponto que ela considera fundamental para um tema de dissertação –, permitiu que ela viajasse à Itália em 2017 e 2018 para a pesquisa de campo e tivesse acesso aos menores, aliando o Mestrado à sua vida missionária – unidas por um mesmo objetivo: “Nosso sonho é que a sociedade consiga ter esses olhos da fé pra enxergar Deus que passa por nós através do diferente”, completa.

Porta de Lampedusa, monumento em homenagem aos imigrantes que morreram no mar | Crédito: Rosa Maria Martins da Silva

Além da afinidade pelo tema, em um trabalho científico é preciso fazer boa revisão literária, ou seja, ler muito. No caso de Rosa, sobretudo o que tinha relação com o tema dos refugiados e de fotojornalismo. “É impressionante, mas quando você está apaixonado pelo tema parece que o mundo todo só fala nisso. E temos que prestar atenção a isso”.

Há uma dica estratégica para quem começa a fazer leituras sobre o tema de sua pesquisa, que é a organização por assunto e as anotações que são relevantes em cada fonte de pesquisa. Rosa indica que já se faça a anotação de página, editora, ano do livro, pois isso é fundamental nas referências bibliográficas do trabalho. A organização do tempo é essencial. “Organize e seja fiel ao seu tempo. Se você vai ler todos os dias das 8h às 10h, faça isso. Sem distrações. Se feche, não abra a porta e converse com seu autor. O estudo irá render e depois disso você terá tempo para relaxar, sair com os amigos, sem preocupações”.

Já na fase da redação do trabalho, escrever sem julgamentos é fundamental. Escrever tudo o que vem à cabeça sem a preocupação se está bom ou não. “Não fique pensando se o orientador irá gostar. Depois você conversa com ele, filtra e debate o texto final, sempre com respeito e seriedade”.

Por fim, Rosa diz que seguiu fielmente o projeto de pesquisa. “Confiei no projeto que a faculdade aprovou, nas sugestões da minha orientadora (Simonetta Persichetti) e não tirei o foco das perguntas da minha pesquisa”. O dez não parecia suficiente para o trabalho de Rosa, mas foi uma surpresa para ela o louvor: “Não esperava. Foi uma alegria imensa, porque meu trabalho pode dar voz àquelas pessoas que não têm espaço. Sou uma privilegiada”.

A banca examinadora comunica à Rosa sua nota 10 e a aprovação com louvor | Crédito: Rosa Maria Martins da Silva

 

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