Dona de dez cachorros e oito gatos, Marli dos Santos é uma autêntica protetora dos animais, porque tem paixão por eles. É capaz de reconhecer em cada um de seus animais de estimação uma personalidade diferente. Tanto que deu a eles nomes significativos, como Olga Benário, Che Guevara e Pagu. A simbologia das escolhas já revela quem é a professora do Mestrado da Cásper Líbero, que ingressou na Faculdade em 2018.
Natural de São Paulo, ela viveu a infância e adolescência no bairro operário da Mooca, na zona leste, até que se mudou para o ABC paulista, “terra das greves, do novo sindicalismo”. No colegial, uma professora elogiava suas redações, estimulando-a sempre. Dali nasceu a paixão pela comunicação. Engajar-se em causas tornou-se parte essencial de sua trajetória, que começou quando ela decidiu cursar publicidade e propaganda. “Tinha um desejo de fazer campanhas para fazer com que as pessoas participassem de programas de vacinação; eu achava que com a publicidade iria conseguir mobilizar as pessoas a se cuidarem mais”, lembra.
Marli fez a graduação na Universidade Metodista, que permitia dupla habilitação (também em jornalismo). Com essa formação, pode trabalhar em varias áreas da comunicação. Foi repórter, assessora de imprensa e editora. Mas com interesse pela pesquisa, em paralelo, fez mestrado em comunicação social pela Metodista e doutorado em ciência da comunicação pela Universidade de São Paulo. “Foi um percurso onde resolvi voltar para aprender mais, eu queria me aprofundar no estudo da comunicação e fui fazer mestrado”, lembra.
Em 2011, Marli integrou a equipe de pós-graduação da Metodista, primeiro como docente e anos depois como coordenadora do programa. Foi também professora convidada do programa de pós-graduação em comunicação jornalística na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pesquisadora na Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp), traz para a Cásper Líbero uma vasta experiência acumulada na academia. O mais recente projeto de pesquisa é o “Produção de conteúdo e linguagem no jornalismo do século XXI”. Tem cinco livros publicados, entre eles Fronteiras Híbridas do Jornalismo.
Marli demonstra a insatisfação com o lugar que o magistério ocupa na sociedade. “As crianças querem ser professoras, mas quando crescem abandonam o desejo.” Para ela, o professor é aquele que escuta, tem empatia, luta para fazer uma mediação, entende as demandas e respeita as peculiaridades de cada um. Essa fórmula facilita o processo de aprendizagem, e é com essa forma de ser professora que ela deseja fazer a diferença na vida de seus alunos.
A professora Marli é vegetariana, quase vegana. Ultimamente coleciona e faz receitas veganas. No tempo livre, gosta de ouvir música, ler e assistir novela, que descansa a sua cabeça após um árduo dia de trabalho. Além, é claro, de ficar com seus animais de estimação. “Gosto muito de lidar com cachorros, acho que é um compromisso meu com o mundo e com a natureza”, afirma.