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A poética da mídia impressa para o público infantil: um estudo de caso da Revista Recreio

[sidebar name=”mestrado”]
Autor: Hamilton Dertonio
Tipo de produção: Produção científica
Classificação: Dissertação/Tese
Data: 29/06/2006

Resumo

No Brasil, há 55 milhões de crianças e jovens. Monitorar suas vontades é um  grande desafio, pois esta geração nasceu inserida na linguagem e nas soluções digitais, vive cercada de informação e possui a capacidade de decisão e hábitos diferenciados. Produtos da mídia, principalmente as revistas, encontraram  nesse segmento potencial para o seu desenvolvimento. O objetivo desta pesquisa foi analisar, por meio de  um estudo de caso, como as crianças vêem o seu tempo, interpretam os seus valores, escolhem os seus referenciais e se relacionam com a interatividade entre as mídias. Como objeto de estudo, foi escolhida a  Revista Recreio, que permitiu observar o papel da mídia na formação do público infantil. Foi selecionada a  edição 166, ano 2003, que tem como capa e matéria principal os X-Men. Esta escolha não foi aleatória, pois  a história mescla elementos típicos dos super-heróis a temas como racismo, responsabilidade e política. A  criança, vista como um agente fundamental de seu tempo, foi analisada sob a ótica do pesquisador russo  Lev Semyonovich Vygotsky. A transformação da família, a influência da literatura, o aprendizado da escrita como meio socializador e a revolução tecnológica em curso em nossa sociedade serviram para contextualizar as discussões. A Recreio destaca o nicho dos 7 aos 10 anos, mas não descarta os menores ou os maiores.  Ela acredita que poderá falar sobre as expectativas  e vontades desse público, complementando o seu conhecimento e a sua diversão. Seus planejadores, editores e produtores gráficos esforçam-se para criar um  spaço para interagir com a criança de hoje. Como um meio de informação e reprodução dos códigos  culturais, a Revista Recreio precisa renovar-se acompanhando os processos tecnológicos e a distribuição da cultura de massa. Para a criança, o imaginário não substitui o real, mas permeia suas atitudes em relação à  realidade, sendo auxiliar em seu desenvolvimento. Ao ler uma história dos X-Men, ela pode se sentir mais  segura em relação à seu futuro e às mudanças que irá enfrentar na vida, porque percebe que algumas de  suas características (a inteligência, o porte físico, etc.) podem ajudá-la a resolver problemas. Por também  ensiná-la a pensar, essa leitura não a transformará num ser alienado.
Palavras-chaves: criança, mídia, interatividade, Revista Recreio, aprendizado, entretenimento,
imaginário.