Autor: José Geraldo de Oliveira |
Tipo de produção: Produção científica |
Classificação: Dissertação/Tese |
Data: 13/12/2012 |
Resumo
Esta pesquisa estuda o fenômeno do grafite e da pichação como interferências não autorEsta pesquisa estuda, pelo viés da fenomenologia do olhar, o grafite como interferência não autorizada no espaço urbano. Esse conjunto constitui a “grafitecidade”, nova plataforma de produção de imagem em um espaço de ação. Pela dinâmica do objeto, optou-se pelo método “viageiro” de Mieke Ball, com o instrumental teórico constituído por: a) o conceito de “montagem” de Walter Benjamin; b) o método do Atlas Mnemosyne, de Abraham Warburg; e c) “interface”, “imagens complexas” e “modelo mental” de Josep Català. O autor realizou um estudo de campo nas 76 pilastras do Elevado Costa e Silva, em São Paulo, para descobrir as mais diversas motivações dos artistas, que em essência buscam compartilhar sua forma de perceber e interagir com o mundo, pois os grafites/pichações são recortes de várias realidades. Essas intervenções constituem vozes a apontar os conflitos existentes em diversas esferas, no campo político, artístico, ético e poético, da existência contemporânea. A fotografia foi a ferramenta usada no registro das ocupações transgressoras, e seus deslocamentos, táticas e estratégias de visibilidade, pois territorialidade e pertencimento permeiam a comunicação imposta pelos construtores da grafitecidade. Em oposição, o observador, que percebe a grafitecidade pela “visão travelar”, concretiza tudo isso por “montagens subjetivas”. As conclusões apontam que essas intervenções poderiam até sugerir o anacronismo da visão do flâneur, mas seu caráter dialético e a inserção na paisagem resgatam algo que não se retrata, algo produzido entre o olhar e o mundo.
Palavras chaves: grafitecidade, cultura visual, imagem complexa, interface e visão travelar