Autor: Rachel De Rosso Buzzoni |
Tipo de produção: Produção científica |
Classificação: Dissertação/Tese |
Data: 03/09/2014 |
Resumo
Em meados dos anos 90, o Brasil vivia um intenso processo de reestruturação na área das telecomunicações – a criação da Anatel foi apenas uma das muitas mudanças realizadas no setor. Desde então, outras transformações ocorreram, mas a telefonia ainda mantém sua importância para a economia do País e merece ser amplamente discutida por diversos atores. Estudos que tratam de questões morais apontam a imprensa como uma esfera propícia de visibilidade para este debate, uma vez que é para a imprensa que confluem as várias vozes e perspectivas em conflito, além de ser reconhecida por estruturar uma rede de esferas.
Todavia, a imprensa também organiza os debates em feixes de opiniões previamente selecionados. A mídia possui a capacidade de confluir tais vozes, mas essa confluência nem sempre se organiza de maneira di
sensual, na maioria das vezes é consensual. Dentro desse contexto, o objetivo principal do trabalho é
apresentar esta assimetria da mídia e avaliar se dentro da imprensa ocorre um processo deliberativo, no qual a Anatel apresenta este papel democrático, participando efetivamente dos debates como forma de comprovar sua importância para o País. A fim de compreender se há indícios de que isso ocorra, esse estudo contrapõe a bibliografia escolhida com a análise de uma sanção imposta pela própria Anatel para algumas operadoras de celular e tem como foco central a análise de processos deliberativos nos contextos de produção do jornalismo, avaliando matérias publicadas sobre o tema pelos jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. Por meio das comparações deliberativas estudadas, percebe-se que a Anatel sabe manipular a imprensa a seu favor, mas poderia utilizar melhor este meio para aprimorar o relacionamento com outras esferas e dessa forma fortalecer sua imagem pública.
Palavras -chave: Anatel. Política . Comunicação. Deliberação. Imprensa.