Autor: Cristina Maria Golhiardi Malachias |
Tipo de produção: Produção científica |
Classificação: Dissertação/Tese |
Data: 11/12/2014 |
Resumo
Esta pesquisa explora as funções narrativas e sua aplicabilidade no âmbito corporativo, visando a criação do conhecimento organizacional. O conhecimento ocupa um papel central na Sociedade do Conhecimento, pois é a garantia de sobrevivência e de sucesso futuro tanto da organização quanto do profissional. A produção acelerada de informação e de inovação torna cada vez mais complexo selecionar aquilo que é mais significativo, e manter-se atualizado. Nesse panorama, o coletivo ganha importância, pois as múltiplas visões contribuem para uma compreensão mais completa da realidade. Um ambiente de confiança mútua, aberto a críticas e sugestões, e a motivação do colaborador para ensinar, aprender e desaprender são fundamentais para a efetividade da criação do conhecimento. A comunicação é mediadora do processo, materializando o aprendizado e a própria cultura. No âmago da cultura vivem os mitos, que revelam as lentes através das quais aquela “sociedade” cifra e decifra o mundo. O narrador imprime-se na narrativa e da mesma forma o ouvinte imprime-se na interpretação. O ouvinte reconta a história internamente, misturando elementos do seu próprio universo para produzir a sua versão particular. Apenas com fagulhas endereçando o mundo do indivíduo, a trama o estimulará a acender a chama interna e internalizar a mensagem. Variáveis que lhe são estranhas não produzirão sentido. Narrativas são inerentes à espécie humana, para extrair sentido da vida. A Comunicação Organizacional necessita expandir o seu espectro de visão para além da comunicação formal e lançar um olhar sobre a dimensão informal, pois as narrativas estão em toda parte, nos boletins ou nas conversas de corredor, e o canal informal revela a percepção sincera do público, fornecendo importantes subsídios para a organização tomar ações comunicativas, entre outras. O estudo conclui que o storytelling, o ato de contar histórias, pode ser uma ferramenta valiosa para fomentar o aprendizado, porém, para se obter êxito e atingir a audiência, é preciso ajustar o conteúdo (narrativa, story) e a forma (narração, telling) àquilo que produz sentido naquele ambiente. São utilizados principalmente os autores: Edgar Morin sobre o paradigma da complexidade; Pierre Lévy para o conceito de leitor-narrador; Peter Senge para os arquétipos de sistema; Gareth Morgan para os arquétipos organizacionais (metáforas); Linda Putnam, Nelson Phillips e Pamela Chapman para os arquétipos da comunicação (metáforas); Carl Gustav Jung sobre os arquétipos da psique humana; Além da revisão bibliográfica, o trabalho traz casos de uso para cada função narrativa definida por Stephen Denning, conforme os autores John Seely Brown, Katalina Groh, Laurance Prusak, Margaret Parkin, Brian Burke, Stavros Xanthopoylos, entre outros; e o caso de uso sobre o ensino da matemática pela narrativa, usando a obra de Lewis Carroll referente à personagem Alice.
Palavras-chave: Comunicação. Conhecimento. Narrativas. Gestão do Conhecimento. Criação do Conhecimento. Storytelling.