Autor: Ismael F. Pfeifer |
Tipo de produção: Produção científica |
Classificação: Dissertação/Tese |
Data: 16/04/2008 |
Resumo
Brasileiros e argentinos nutrem entre si, embora em dimensões diferentes, uma rivalidade que não raramente assume proporções de confronto (tanto nas arenas esportivas, como nas mesas de negociação políticas e/ou comerciais). Tratase de um fenômeno que tem perdurado por séculos e expõe raízes históricas – os dois países foram antagonistas ao disputarem áreas na indefinida América do Sul a partir do século XVII, momento em que, todavia, os territórios pertenciam a Portugal e Espanha. Este trabalho buscou pesquisar se (e de que modo) os meios de comunicação e as mediações culturais respaldaram a manutenção ao longo dotempo das divergências e da estigmatização da imagem da Argentina e dos argentinos no Brasil. É fato que há mais de 150 anos os dois países não se confrontam belicamente e que os duelos oficiais se limitaram ao campo diplomático, em disputas pela liderança regional sulamericana. Mas mesmo após tornaremse fortes parceiros comerciais no Mercosul, fundado em 1990, os dois maiores países da região não arrefeceram as antipatias mútuas, que continuam sendo expostas mesmo por altas autoridades dos dois lados, discurso normalmente reproduzido pela mídia como se fosse de voz própria. Esta situação de permanente rivalidade institucional tem sido culturalmente incorporada de maneira subconsciente e desorganizada pela sociedade de ambos os países.
PALAVRASCHAVE – Meios, mediações, comunicação, rivalidade, estigmatização, imagem do outro, discurso dominante.