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Vamos “AO VIVO”! Uma análise do improviso no discurso da reportagem em tempo real na TV

[sidebar name=”mestrado”]
Autor: Benedito Aparecido Rodrigues Lisbano de Moraes
Tipo de produção: Produção científica
Classificação: Dissertação/Tese
Data: 18/09/2006

Resumo

Este trabalho apresenta um estudo do discurso improvisado do repórter diante da transmissão em tempo real na TV, suas variações e distanciamento do foco principal da notícia quando não há confirmação ou  desconhecimento do agente transmissor da veracidade daquilo que é narrado. Um estudo de caso da  cobertura telejornalística dos atentados ocorridos em 15 de maio de 2006, quando a cidade de São Paulo,  quarta maior metrópole mundial, parou em decorrência de ataques e ameaças de uma facção criminosa a bases da Polícia Militar do Estado e da Guarda Civil do Município e a seus agentes. A mídia, em especial os repórteres de TV, rádio e Internet, disseminou notícias sem confirmação e gerou boatos de toda ordem, que culminaram no fechamento de estabelecimentos comerciais, fábricas, universidades e escolas públicas e particulares, bem como na diminuição do número de ônibus de transporte de passageiros, fato este queredundou no retorno antecipado dos trabalhadores a suas casas, a fim de se proteger dos supostos ataques. Apesar da tentativa de responder ao caos, organismos públicos e agentes da área de segurança só puderam desmentir tais anunciados depois do descontrole que se estabeleceu na cidade, numa demonstração de que a espetacularização da notícia gera audiência. A pesquisa em Mikail Bakhtin trouxe conceitos sobre a produção da linguagem e seus efeitos, em especial as interferências sociais sofridas pelo  agente da comunicação, neste caso, o repórter. Com base na divulgação durante os links, verificou-se a mudança do discurso a partir da confirmação junto à fonte oficial sobre a real situação. Vale afirmar que a pesquisa comprovou a interferência do improviso na qualidade da notícia, prejudicando o conteúdo e causando desvio de foco a partir dos interesses da empresa/veículo em torno da audiência.
PALAVRAS–CHAVE
Telejornalismo, espetacularização da notícia, discurso de improviso, cobertura em tempo
real, “Ao Vivo”