INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VESTIBULAR 2024.2 Fechar

O avassalador crescimento do mercado de streaming nos últimos anos já era notável pré-pandemia, mas a urgência de ficar em casa fez com que as plataformas se tornassem parte essencial da rotina de muitos. Com a impossibilidade de exibição e estreia em cinemas, o setor audiovisual enfrenta uma estagnação preocupante não só para grandes distribuidoras, mas especialmente para pequenos produtores que encontravam nas exibições forma de divulgar suas obras e arrecadar renda.

Para o professor de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero Márcio Rodrigo, esta janela que separava o setor de exibições e o streaming se encontra “estilhaçada e já rendeu um pé quebrado”. Como a volta ao normal das salas de cinema só será, possivelmente, após o surgimento de uma vacina, algumas alternativas já estão sendo elaboradas, como o cinema “drive-in” e principalmente a produção das livesrecurso de inédito destaque e que rende emprego para alguns profissionais. Como lembrou Rodrigo, a Netflix já anunciou a produção de filmes gravados por celulares para evitar a aglomeração demandada de um set audiovisual.

Michelle e Márcio Rodrigo em live realizada no Instagram de Esquinas

“As grandes estreias que enchem as salas de cinema programadas para este ano foram deslocadas para o segundo semestre, dificultando que os filmes se encaixem no calendário do Oscar, especialmente médios ou “cults” que não conseguem competir bilheteria com os grandes “blockbusters”, diz o professor, que participou da quinta live do Centro Interdisciplinar de Pesquisa da Faculdade Cásper Líbero. No bate-papo  mediado pela professora Michelle Prazeres, coordenadora do CIP, Rodrigo lembrou que se a pandemia tivesse acontecido no ano passado, “Parasita” não teria entrado no Oscar. “Cada mês parado para a indústria de Hollywood representa 8 bilhões de dólares de prejuízo.”

Márcio Rodrigo aponta ainda que por causa dos cortes direcionados a produções audiovisuais desde o início do ano passado, por determinação do governo federal, enfrentamos uma crise comparada à ocorrida no governo do ex-presidente Collor. Uma brecha de esperança vem da venda de produções brasileiras para plataformas de streaming, que estão em busca de conteúdos inéditos, já que suas produções estão praticamente paradas. Quanto a volta dos cinemas, o professor ressalta que “as exibições precisarão vender mais que só passar o filme”.

A próxima live tem a participação do professor Jefferson Mariano, que falará um pouco sobre A produção de informação e os impactos do coronavírus. O encontro está marcado para quarta-feira, 20 de maio, às 18 horas. Até 1º de junho, sempre às segundas e quartas-feiras, a Cásper Líbero realiza conversas ao vivo sobre “O futuro da comunicação pós-pandemia” no Instagram da Revista Esquinas com professores pesquisadores da Faculdade.