INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VESTIBULAR 2024.2 Fechar

“Nós concordamos em Paris, vamos agir no planeta todo!”, diz a placa no pavilhão francês, na COP23 | Foto: Thaís Chaves

Delegações oficiais foram orientadas pelos seus governos a não comentar sobre a participação da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Emmanuel Macron, na Conferência do Clima, em Bonn, Alemanha, aguardada para a próxima semana.

A orientação parece ser uma tentativa de evitar que uma propaganda da vinda de dois dos líderes da União Europeia (UE) mais incisivos em seus discursos e políticas climáticas possa parecer uma ofensiva à política de Donald Trump, duramente criticada na primeira semana da COP23.

Embora tímido, o pavilhão francês está carregado de mensagens com tom de indiretas às atitudes e falas de Trump, como o slogan “Make our world great again” (Deixe nosso mundo melhor novamente, em tradução livre). É quase uma referência direta ao slogan de sua campanha presidencial “Make America Great Again”. E o bottom “Yes, I’m in” (Sim, estou dentro, em tradução livre) soa também como uma provável referência ao “Yes, we can”, usado na campanha do ex-presidente Barack Obama, um entusiasta da causa.

Entrada do pavilhão francês conta com botões e suporte que chamam a atenção do público da COP23 | Foto: Thaís Chaves

No pavilhão alemão, bem ao lado do de Fiji, que responde pela presidência da COP23, a programação tem dado espaço à fala da comunidade científica, o que ajuda a reduzir qualquer dúvida a respeito das causas e as consequências do aumento da temperatura global. O local também tem servido de vitrine para mostrar o compromisso do país com os termos do Acordo de Paris.

Pavilhão alemão preparado com informações sobre os investimentos do país para a área ambiental | Foto: Thaís Chaves

Ainda que franceses e alemães mantenham uma postura mais moderada, pelo menos nos pavilhões dos dois países em Bonn, no cenário das mudanças climáticas seus líderes têm assumido posições mais firmes. A França, para dar o exemplo do país sede da COP21, que resultou na aprovação do acordo, foi a primeira nação industrializada a se tornar signatária do mais ousado tratado internacional sobre o tema, em junho de 2016.

Alemanha, por sua vez, tem sido pioneira na produção de energias renováveis, com anúncio de chegar até 2020 com 1 milhão de carros elétricos em circulação, podendo gerar uma redução de cerca de um sexto de todo o dióxido de carbono (CO2) emitido pelos automóveis naquele país.

A ausência de Trump e os seus discursos contrários ao Acordo de Paris fazem da visita de Merkel e de Macron um evento à parte, o que parcialmente explica a discrição no pavilhão dos dois países na COP23.