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Edição nº 1 – 2014

Com a arte da fotografia não foi diferente. A primeira fotografia reconhecida na história pertence ao ano de 1826 e, mesmo assim, muita gente, como eu, teve parte da infância regada a fotos tiradas por câmeras analógicas, com direito a filmes e o encanto das revelações. Mas hoje os álbuns fotográficos, que ficavam nas gavetas dos armários, já não ocupam tanto espaço. Eles saíram de cena e deram lugar a pastas em desktops e hds externo, com centenas ou milhares de arquivo, daqueles que basta um clique para aquela imagem ser aberta na tela do seu computador. Isso sem contar as imagens que ficam armazenadas em celulares ou tablets e que de lá não sairão nunca mais.

Mas mesmo com toda essa tecnologia, quem não gosta de ser surpreendido por uma fotografia, daquelas que conseguimos pegar em nossas mãos? Pois é, para que a magia analógica não seja esquecida, a arquiteta Adriana Iuri e a fotógrafa Tatiana Giustino tiveram uma ideia. A dupla criou um projeto de intervenção urbana espalhando imagens reveladas pela cidade de São Paulo, o Pegue a Foto.

As fotos ampliadas são espalhadas por um espaço e a intenção é despertar a curiosidade de quem passar por esse local, além de estimular a observação do que existe ao nosso redor, que muitas vezes passa de forma despercebida pelos nossos olhos.

Além disso, a atividade pode se tornar divertida, pois o outro objetivo da Tatiana e da Adriana é que quem encontrar uma foto pendurada em um poste ou em uma árvore e tiver gostado dela pode pegar e levar para sua casa, como uma recordação. Nos registros estão pessoas, detalhes arquitetônicos e principalmente, um olhar diferente sobre São Paulo.

As imagens são feitas em de câmera digital, celular, filme 35mm, filme 120mm (Holga) e Polaroid. As imagens analógicas são digitalizadas. Todas as fotografias são ampliadas em papel fotográfico e depois disso estão prontas para deixar a paisagem mais charmosa e o dia mais colorido.

O Pegue a Foto mostra que, ao se deparar com uma inesperada ampliação pelo caminho, a maioria das pessoas acaba sentindo uma nostalgia e se questiona sobre o porquê de ter deixado de lado o ritual da revelação. E é aí que o projeto atinge mais um objetivo, estimular as pessoas a manterem a prática de guardarem as cópias físicas.
 

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