A estilista Mary Quant
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Moda não é o que está nas passarelas hoje em dia, há muito mais. Ela é ligada à história mundial, política, e cultural. A minissaia foi mais do que o encurtamento do tecido, representou liberdade às mulheres da época. O modelo se popularizou entre 1965 e 1970, na mesma época do auge dos Beatles. Quando foi lançada, ela foi considerada ousada, e era mal vista, mas com o tempo as mulheres mais jovens a adotaram de maneira geral.

Ela foi adotada pela moda swinging London, que foi a época da efervescência cultural inglesa. Até essa época as mulheres usavam saias comportadas, o mais curto eram aquelas na altura do joelho, e subir a saia até cerca de 20 centímetros foi um choque para a sociedade tradicional da época. Depois de abandonarem os espartilhos vitorianos em meados dos anos 1920, as mulheres foram ousando cada vez mais até chegarem às minissaias.

Essa época do surgimento das minissaias estava unida ao início das lutas feministas e ao movimento hippie. Pois é, o mundo estava novamente em conflitos (como exemplo, a Guerra do Vietnã), e a cultura era cada vez mais expandida. As mulheres saíam da cozinha e iam lutar pelos seus direitos. Essa época ficou conhecida como woman’s liberations nos EUA, que mostrava que as mulheres estavam cada vez mais se libertando das amarras da sociedade tradicional. Nessa época começaram a ocorrer protestos, como a queima de sutiãs, onde as mulheres eram a força.

As minissaias começaram a se popularizar com a estilista Mary Quant, que fazia a clássica moda dos anos 1960: coloridos, simples, bem coordenados e curtinhos. A estilista também popularizou as meia-calças coloridas e malhas caneladas. A idéia é que as roupas não se restringissem a uma etnia, classe social, ou idade: era uma moda democrática e aberta.

Outro estilista influente na época foi John Bates, que além dos minivestidos lançou terninhos, outra referência ao feminismo da época, e usou e abusou de estampas em op art. O francês André Courrèges largou a engenharia e se dedicou ao mundo da moda. Sua participação foi com as saias, fazendo modelos ainda mais curtos, terninhos pratas e calças. Tudo isso para o mundo feminino. Ele foi conhecido por ser um dos estilistas da “era espacial”, devido às suas criações futuristas, e foi considerado um arquiteto da moda, pois se preocupava com a forma das roupas.

Hoje em dia a minissaia faz parte desde uniforme escolar, de uniforme de tenista, e pode ser usada das mais variadas maneiras. Tem gente que gosta de usar com salto, outras não usam por nada, e a altura da saia varia. O que em 1960 foi um choque, já faz parte dos armários, e virou ícone fashion. Toda mulher tem uma minissaia na gaveta, é um item perfeito para várias ocasiões.

No início uma revolução, hoje em dia algo usual. As minissaias começaram, e continuam ousadas. Símbolo de luta das mulheres, hoje é marca registrada do público feminino.