Durante toda a quarta-feira, 15 de maio, o Teatro Cásper Líbero foi palco do Fórum de Debates China-Brasil. O evento celebrou os 20 anos da assinatura da Parceria Estratégica entre os dois países, discutindo em três mesas diferentes âmbitos de interação internacional: a cobertura midiática, as trocas comerciais e as perspectivas para o futuro destas relações.
Em longo discurso introdutório, o embaixador chinês Li Jinzhang lembrou a abertura sínica, citando a importância política do reestabelecimento de relações diplomáticas do Brasil com a China em 1974, e fez um paralelo com a posse da presidência da Organização Mundial do Comércio pelo embaixador Roberto Azevêdo. “Durante o processo de eleição, a parte chinesa apoiou fortemente [a candidatura]”. Apesar da afirmação desta associação estratégica, o principal ponto em comum entre as discussões de cada mesa (somando um total de 18 debatedores, daqui e de lá) parecia ser o consenso de que há distância demais – e desnecessária – separando os dois países numa época de potencial velocidade nas conexões internacionais.
O repórter veterano chinês Xingfu Zhu relacionou o crescimento do poder aquisitivo da classe média chinesa com o interesse crescente no Brasil no âmbito turístico. Entretanto, para ele a busca bilateral de informações ainda parece algo muito incipiente. “20 anos [de Parceria Estratégica] se passaram e ainda faltam pessoas que falam chinês e português. A parte comercial foi muito rápida, mas não a cultural.”
A fala de Argemiro Procópio, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília apontou a comemoração do bicentenário da imigração chinesa pelo Senado brasileiro no ano passado como uma “deturpação da História”. Para exemplificar, comentou a colaboração de arquitetos chineses na construção de igrejas barrocas na cidade mineira de Sabará.
O vice-presidente sênior da Huawei do Brasil, João Pedro Flecha de Lima, resumiu em dois os maiores desafios para a expansão da presença chinesa no Brasil: a falta de escolas chinesas de qualidade, para reter de maneira adequada os empregados expatriados”, e a absorção do pensamento meritocrático. Assim, Lima abraçou também a questão do câmbio cultural. Com apenas 5 unidades do Instituto Confúcio em terras brasileiras, recomendou: “Temos que visitar mais a China, conhecer sua cultura, ler, assistir filmes, entender que existem outras coisas além de Estados Unidos e Brasil”.
Já o jornalista Carlos Tavares de Oliveira apontou a China como atual maior potência mundial, acima até mesmo dos Estados Unidos, baseando-se na comparação do poder de compra, das taxas de alfabetização e das reservas internacionais das duas nações. Estudioso apaixonado da China há cerca de quatro décadas, Oliveira publicou a primeira reportagem comercial sobre o país no Brasil, em 1971, e apontou a ineficiência nas ações comerciais brasileiras: citando a má logística dos portos locais e o Amsterdã como modelo
“Em comércio internacional você não pode inventar nada, já foi tudo inventando. Tem que copiar o que dá certo”. E completou: “Temos que nos encaminhar para os problemas de acordos. Concorrência não se trata de briga, mas sim de custos”.
Por fim, a fala do consultor de investimentos Vladimir Milton Pomar ilustrou bem a oportunidade de investimentos brasileiros na China, salientando a importância de se ter um plano a longo prazo e de se adequar ao modelo econômico chinês, em que as empresas que aportam invariavelmente se associam com o Estado.
O evento celebrou os 20 anos da assinatura da Parceria Estratégica entre os dois países, discutindo em três mesas diferentes âmbitos de interação internacional: a cobertura midiática, as trocas comerciais e as perspectivas para o futuro destas relações.
Em longo discurso introdutório, o embaixador chinês Li Jinzhang lembrou a abertura sínica, citando a importância política do reestabelecimento de relações diplomáticas do Brasil com a China em 1974, e fez um paralelo com a posse da presidência da Organização Mundial do Comércio pelo embaixador Roberto Azevêdo. “Durante o processo de eleição, a parte chinesa apoiou fortemente [a candidatura]”. Apesar da afirmação desta associação estratégica, o principal ponto em comum entre as discussões de cada mesa (somando um total de 18 debatedores, daqui e de lá) parecia ser o consenso de que há distância demais – e desnecessária – separando os dois países numa época de potencial velocidade nas conexões internacionais.
O repórter veterano chinês Xingfu Zhu relacionou o crescimento do poder aquisitivo da classe média chinesa com o interesse crescente no Brasil no âmbito turístico. Entretanto, para ele a busca bilateral de informações ainda parece algo muito incipiente. “20 anos [de Parceria Estratégica] se passaram e ainda faltam pessoas que falam chinês e português. A parte comercial foi muito rápida, mas não a cultural.”
A fala de Argemiro Procópio, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília apontou a comemoração do bicentenário da imigração chinesa pelo Senado brasileiro no ano passado como uma “deturpação da História”. Para exemplificar, comentou a colaboração de arquitetos chineses na construção de igrejas barrocas na cidade mineira de Sabará.
O vice-presidente sênior da Huawei do Brasil, João Pedro Flecha de Lima, resumiu em dois os maiores desafios para a expansão da presença chinesa no Brasil: a falta de escolas chinesas de qualidade, para reter de maneira adequada os empregados expatriados”, e a absorção do pensamento meritocrático. Assim, Lima abraçou também a questão do câmbio cultural. Com apenas 5 unidades do Instituto Confúcio em terras brasileiras, recomendou: “Temos que visitar mais a China, conhecer sua cultura, ler, assistir filmes, entender que existem outras coisas além de Estados Unidos e Brasil”.
Já o jornalista Carlos Tavares de Oliveira apontou a China como atual maior potência mundial, acima até mesmo dos Estados Unidos, baseando-se na comparação do poder de compra, das taxas de alfabetização e das reservas internacionais das duas nações. Estudioso apaixonado da China há cerca de quatro décadas, Oliveira publicou a primeira reportagem comercial sobre o país no Brasil, em 1971, e apontou a ineficiência nas ações comerciais brasileiras: citando a má logística dos portos locais e o Amsterdã como modelo
“Em comércio internacional você não pode inventar nada, já foi tudo inventando. Tem que copiar o que dá certo”. E completou: “Temos que nos encaminhar para os problemas de acordos. Concorrência não se trata de briga, mas sim de custos”.
Por fim, a fala do consultor de investimentos Vladimir Milton Pomar ilustrou bem a oportunidade de investimentos brasileiros na China, salientando a importância de se ter um plano a longo prazo e de se adequar ao modelo econômico chinês, em que as empresas que aportam invariavelmente se associam com o Estado.
Usamos cookies para fornecer uma experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, você concorda com o uso de TODOS os cookies. Conheça nossa Política de Privacidade.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these cookies, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may have an effect on your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.