Através da observação de uma família peculiar e narcisista o espetáculo “Tribos” funciona tal qual uma janela para a humanidade. O texto de Nina Raine, apesar de ter cerca de quatro décadas, ainda aborda questões atuais e complexas. São colocadas em voga, discussões acerca de temas como preconceito, fragilidade das relações parentais e, principalmente, o individualismo exacerbado do mundo contemporâneo.
A iniciativa de trazer a peça partiu de Bruno Fagundes, o qual sobe aos palcos novamente com o pai (Antonio Fagundes). Após o sucesso da peça vermelho encenada por ambos no ano de 2012, Bruno resolveu repetir a dose e antes mesmo que se encerrasse a turnê já apresentou ao pai o texto que descobriu em uma de suas idas à Nova York.
O enredo gira em torno de um garoto surdo, Billy (Bruno), que nasceu em uma família de ouvintes. O pai, Cristopher (Antonio Fagundes), é um homem culto, acadêmico e escritor, um apaixonado por palavras. Quando Billy nasceu, a família não soube lidar ao certo com as limitações do garoto, e, logo, sua mãe (Eliete Cigarini) ensinou-o a leitura labial para que ele fosse tratado como ouvinte.
O mundo dos ouvintes é apresentado como um espaço em que ninguém verdadeiramente se ouve. Essa equidade de vozes vai além da metáfora, por muitas vezes as personagens falam, realmente, todas ao mesmo tempo. Quem apresenta o mundo dos surdos a Billy é Silvia (Arieta Correia) uma jovem que está ficando surda e que pertence a uma família de surdos. A menina ensina ao garoto a linguagem de sinais e traz para a família uma nova realidade. Fazendo com que a família de Billy pare refletir sobre o seu comportamento e a maneira como interagem entre si.
Assim, unindo o rico enredo com interpretações impressionantes e um humor de rara inteligência, a peça surpreende o espectador em diversos momentos. Não há personagem principal, o diretor Ulysses Cruz, foi sagaz ao construir um quebra-cabeça genealógico. Fazendo com que cada personagem possua o mesmo grau de profundidade e de importância na trama.
O elenco também visa o estímulo da ida de deficientes ao teatro. Através de tradutores e tablets é possível acompanhar toda a trama. As sessões com acessibilidade são organizadas uma vez ao mês.
Na era da informação, onde muitas vezes o real é trocado pelo virtual, a mensagem transmitida pela peça merece ser ouvida. O espetáculo está em cartaz sex. e sáb., às 21:30 e dom., às 18h, no teatro Tuca (r. Monte Alegre, 1.024). A classificação indicativa é 14 anos.
Através da observação de uma família peculiar e narcisista o espetáculo “Tribos” funciona tal qual uma janela para a humanidade. O texto de Nina Raine, apesar de ter cerca de quatro décadas, ainda aborda questões atuais e complexas. São colocadas em voga, discussões acerca de temas como preconceito, fragilidade das relações parentais e, principalmente, o individualismo exacerbado do mundo contemporâneo.
A iniciativa de trazer a peça partiu de Bruno Fagundes, o qual sobe aos palcos novamente com o pai (Antonio Fagundes). Após o sucesso da peça Vermelho encenada por ambos no ano de 2012, Bruno resolveu repetir a dose e antes mesmo que se encerrasse a turnê já apresentou ao pai o texto que descobriu em uma de suas idas à Nova York.
O enredo gira em torno de um garoto surdo, Billy (Bruno), que nasceu em uma família de ouvintes. O pai, Cristopher (Antonio Fagundes), é um homem culto, acadêmico e escritor, um apaixonado por palavras. Quando Billy nasceu, a família não soube lidar ao certo com as limitações do garoto, e, logo, sua mãe (Eliete Cigarini) ensinou-o a leitura labial para que ele fosse tratado como ouvinte.
O mundo dos ouvintes é apresentado como um espaço em que ninguém verdadeiramente se ouve. Essa equidade de vozes vai além da metáfora, por muitas vezes as personagens falam, realmente, todas ao mesmo tempo. Quem apresenta o mundo dos surdos a Billy é Silvia (Arieta Correia) uma jovem que está ficando surda e que pertence a uma família de surdos. A menina ensina ao garoto a linguagem de sinais e traz para a família uma nova realidade. Fazendo com que a família de Billy pare refletir sobre o seu comportamento e a maneira como interagem entre si.
Assim, unindo o rico enredo com interpretações impressionantes e um humor de rara inteligência, a peça surpreende o espectador em diversos momentos. Não há personagem principal, o diretor Ulysses Cruz, foi sagaz ao construir um quebra-cabeça genealógico. Fazendo com que cada personagem possua o mesmo grau de profundidade e de importância na trama.
O elenco também visa o estímulo da ida de deficientes ao teatro. Através de tradutores e tablets é possível acompanhar toda a trama. As sessões com acessibilidade são organizadas uma vez ao mês.
Na era da informação, onde muitas vezes o real é trocado pelo virtual, a mensagem transmitida pela peça merece ser ouvida. O espetáculo está em cartaz sex. e sáb., às 21:30 e dom., às 18h, no teatro Tuca (r. Monte Alegre, 1.024). A classificação indicativa é 14 anos.
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